Na última segunda-feira (15), depois do fechamento do mercado, o Banco do Brasil (BBAS3) divulgou seus números do 1T23, que confirmaram as nossas expectativas positivas para o resultado.
A carteira de crédito ampliada cresceu 3% trimestralmente, alcançando a marca de R$ 1 trilhão. O destaque, mais uma vez, foi a carteira agro, que cresceu 4% em relação ao 4T22, para R$ 323 bilhões.
Apesar disso, a margem financeira bruta (receita de juros menos custo de captação) somou R$ 15,3 bilhões, queda trimestral de 1%. O resultado da tesouraria, que foi 8% pior em relação ao 4T22, e o crescimento das despesas financeiras com captações comerciais (+3%) e institucionais (+11%), mais do que compensaram o crescimento da receita financeira das operações de crédito (+5%).
Banco do Brasil tem inadimplência abaixo da média do mercado
Do lado da inadimplência, a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) totalizou R$ 5,9 bilhões, redução trimestral de 10%, devido principalmente ao impacto da provisão relacionada ao caso Americanas no 4T22, que impactou a linha em R$ 788 milhões.
O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,6%, praticamente estável na comparação trimestral (+0,1 p.p) e abaixo da média do mercado, como reflexo do perfil da carteira de crédito mais defensiva.
A receita de serviços registrou queda de 4% na comparação trimestral, impactada pela sazonalidade do trimestre. Se compararmos com o mesmo período em 2022, o crescimento foi de 8%, impulsionado pelo melhor desempenho nas linhas de comissão de seguros, previdência e capitalização (+11%), renda de cartões (+20%) e administração de fundos (+5%).
As despesas administrativas, por sua vez, tiveram uma queda trimestral de 3%, principalmente em função da redução sazonal nas despesas relacionadas a marketing e doações filantrópicas.
Banco tem maior lucro líquido do setor no 1T23
Por fim, o banco reportou um lucro líquido de R$ 8,5 bilhões, o maior do setor no trimestre, implicando em um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) de 20,5%.
Um resultado bastante sólido. Ao considerarmos que o 1T é sazonalmente mais fraco para o setor como um todo, o lucro líquido reportado nos primeiros 3 meses eleva as expectativas do banco atingir o guidance de lucro de R$ 33-37 bilhões para 2023.
BBAS3: recomendação neutra
Apesar do resultado positivo, seguimos optando por acompanhar o case de fora, em função do risco político. É sabido que os executivos nomeados pelo governo, embora com histórico profissional respeitado, implementarão uma agenda mais voltada para o social, o que pode machucar os lucros no médio prazo.
Por isso, temos uma visão neutra para Banco do Brasil (BBAS3), sabendo que, para aqueles focados em dividendos, a ação ainda pode ser uma boa pedida no curto prazo.
- Embora o Banco do Brasil não seja recomendado no momento por conta dos riscos associados ao Governo Lula, os analistas da Empiricus Research identificaram um banco brasileiro capaz de atravessar fortes turbulências e ainda entregar retorno aos acionistas. Clique aqui para ver o ticker.