O Banco do Brasil (BBAS3) teve desempenho acima das expectativas do mercado no primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido foi de R$ 6,6 bilhões, um crescimento de 34,6% em relação a 1T21 e de 11,5% sobre 4T21, sendo que o consenso esperava algo em torno de R$ 5,3 bilhões.
Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, avalia que o resultado foi positivo e diz que são irrelevantes as críticas sobre a qualidade dos números apresentados pela instituição.
“O destaque no ambiente corporativo é o Banco do Brasil, que teve um resultado espetacular. O Banco do Brasil ainda negocia a 4 vezes lucro na Bolsa, a ação está barata. Além disso, está pagando mais de 10% de dividendo”, comentou nesta quinta-feira (12/05) em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, canal de comunicação com assinantes.
De acordo com ele, ao anualizar o resultado do primeiro trimestre de 2022, chega-se a valores até mesmo superiores ao topo do guidance para o ano (estimativa feita pelo BB sobre suas operações e divulgada ao mercado).
E ele acrescenta: “Alguns críticos dizem que a qualidade do lucro não foi tão boa, pois teve uma reversão de PDD (Provisão para Devedores Duvidosos). Mas para mim lucro é lucro, primeiro porque pode financiar outras coisas e, principalmente, quando o valuation está tão baixo, pode pagar bons dividendos ou recomprar ações”.
Na carteira Oportunidades de Uma Vida, Felipe Miranda mantém uma posição long & short – comprada em Banco do Brasil (apostando na alta) e vendida em Nubank (apostando na queda da ação).
Diferenças nos resultados do varejo de moda
Para o analista, o Grupo Soma (SOMA3), dono das marcas Fam, NV, Animale e Hering, teve resultado positivo no 1T22. A receita líquida foi de R$ 1,01 bilhão, um aumento de 187% sobre igual período de 2021. Por sua vez, o lucro líquido totalizou R$ 42,5 milhões, uma alta de 185% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Já o Ebitda, que demonstra a capacidade de geração de caixa, somou R$ 104,3 milhões, um crescimento de 345% e a margem Ebitda subiu 3,6 pontos percentuais chegando a 10,2%.
Quanto à Marisa (AMAR3), a performance no primeiro trimestre do ano decepcionou, segundo Felipe Miranda. “Marisa não reportou tão legal. O nível de vendas foi bom, mas a margem Ebitda frustrou minha expectativa. Veio um Ebitda em queda”, avalia.
A varejista teve prejuízo de R$ 77 milhões, uma ampliação do desempenho negativo ano contra ano. E o Ebitda ajustado total apresentou retração de 54,4%, indo para R$ 30,3 milhões.
Contudo, a receita de Marisa ganhou fôlego, atingindo R$ 424,8 milhões, um crescimento de 49,9% na mesma base comparativa.
Felipe Miranda comenta que as vendas da Marisa já seguiram mais fortes a partir de abril.
“Espero um resultado melhor para o segundo trimestre. No primeiro, acho que ficou devendo, porém, as ações me parecem excessivamente depreciadas nesses níveis.”