
Na manhã desta sexta-feira (31), Felipe Miranda, CIO da Empiricus, participou do Morning Call do BTG Pactual ao lado de Jerson Zanlorenzi, head da mesa de ações e derivativos do banco (assista ao vídeo completo no final desta matéria).
Os analistas discutiram os principais temas do mercado financeiro: tarifas comerciais dos Estados Unidos, o PCE (gasto com consumo pessoal), a situação fiscal do Brasil e a temporada de balanços no Brasil e nos EUA.
Confira os principais destaques do programa e as análises feitas pelos especialistas.
Brasil: Copom, fiscal e reação do mercado
O Brasil foi destaque positivo no pregão de ontem, impulsionado pelo tom do Comitê de Política Monetária (Copom) e pela entrevista do presidente Lula.
“O Copom deixou a porta aberta para uma possível interrupção nos cortes de juros, o que pode ser positivo para ativos de risco”, afirmou Miranda.
No entanto, ele pontuou a preocupação com um frase específica dita na reunião do Comitê sobre colocar no balanço de riscos a possibilidade das tarifas ensejarem uma desaceleração muito grande na economia global. “Achei essa frase esquisitíssima; a tarifa é essencialmente inflacionária, pelo menos num primeiro momento”.
Miranda também destacou a fala mais moderada do presidente: “Lula defendeu Haddad e a Petrobras de forma mais razoável, o que foi bem recebido pelo mercado”.
Na próxima semana, a atenção estará voltada para a divulgação da ata do Copom e para a temporada de balanços no Brasil, com os bancos abrindo os trabalhos. Segundo Miranda, os bancos darão uma sinalização importante de desaceleração do crédito na ponta.
Novas tarifas do governo Trump: medida idiossincrática ou sistêmica?
O presidente Donald Trump confirmou novas tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, alimentando especulações sobre um possível aumento das tensões comerciais globais.
No entanto, o mercado reagiu de forma moderada ao anúncio. “O mercado está tentando entender se isso será algo pontual ou se pode desencadear uma guerra comercial mais ampla, incluindo a China. Ou seja, se é uma medida idiossincrática ou sistêmica”, comentou Felipe Miranda.
Ele destacou que as tarifas podem ter um impacto inflacionário inicial, mas ainda é cedo para avaliar suas consequências.
Dados sobre o consumo pessoal nos EUA e o impacto nos juros americanos
O mercado também está de olho nos dados do PCE, indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve. A divulgação do índice pode influenciar a trajetória dos juros nos Estados Unidos.
Segundo Miranda, “o Fed tem dado mais peso ao mercado de trabalho do que à inflação, mas o PCE ainda é um fator-chave”. O dado pode afetar o desempenho do dólar e das bolsas internacionais.
Balanços das big techs e expectativas para a próxima semana
As big techs também foram assunto no programa.
Apple (AAPL34), Meta, IBM (IBMB34) e Tesla (TSLA34) divulgaram resultados, e o mercado ficou de olho na queda de 11% das vendas de iPhone na China. Apesar disso, o guidance positivo da empresa ajudou a manter o otimismo e as ações responderam com alta no after-market.
“As big techs seguem muito bem na semana, com exceção da Microsoft, consolidando o excepcionalismo americano e um ambiente de curto prazo ainda favorável para as bolsas dos Estados Unidos”, comentou Miranda.
Zanlorenzi lembrou que, na próxima semana, teremos a divulgação dos resultados de Amazon (AMZO34), Alphabet (GOGL34), Nord e Walt Disney (DISB34). O payroll dos EUA também será um dado-chave.
Para acompanhar todas as análises, assista à íntegra do programa clicando no vídeo abaixo.
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