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Desde o dia 2 de abril, quando foram anunciadas as medidas do “tarifaço” de Donald Trump, o Ibovespa derrapou e apresentou queda de 1,3%. Na contramão do índice, a SLC Agrícola (SLCE3) registrou alta de 11%, enquanto a Rumo (RAIL3) valorizou 9,5%.
O que explica o movimento positivo das ações em meio à turbulência nos mercados globais?
Durante o último episódio do Giro do Mercado, programa do Money Times, o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, comentou sobre como a guerra comercial entre China e EUA pode beneficiar as ações brasileiras expostas direta ou indiretamente ao agronegócio.
Como SLC Agrícola e Rumo podem se beneficiar das medidas de Trump?
Em 2024, os Estados Unidos exportaram grãos no valor de cerca de US$ 48 bilhões, segundo dados divulgados pelo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e pelo Conselho de Grãos dos EUA (USGC).
Um dos grandes importadores desse mercado é a China, porém, com a guerra comercial, os olhares chineses devem se voltar ainda mais ao Brasil.
“Os EUA é um grande produtor de grãos e rivaliza com o Brasil essa oferta. Nesse embate entre China e Estados Unidos, entendemos que boa parte das importações chinesas devem passar para as empresas brasileiras”, explica Hungria.
A SLC Agrícola é uma das maiores empresas produtoras de grãos no Brasil e, portanto, se beneficia diretamente da oferta chinesa.
Já a Rumo é uma empresa de logística e ferroviária, subsidiária do grupo Cosan (CSAN3), que participa da cadeia de transportes desses produtos.
Nesse sentido, o analista diz gostar tanto das ações da SLC Agrícola quanto das ações da Rumo para o momento atual. Enquanto SLCE3 é uma recomendação direta da Empiricus Research, as ações RAIL3 são recomendadas por meio da exposição à holding Cosan (CSAN3).
“Já eram companhias que gostávamos, e essas notícias acabam ajudando ainda mais [o desempenho das ações]”, disse o analista.
