Como de costume, a Berkshire Hathaway (B3: BERK34 | NYSE: BRK/B), holding de investimento comandada por Warren Buffett, reportou seus resultados do 2T23 no final de semana. Os números vieram melhores do que as expectativas de mercado, mostrando toda a capacidade do mago de Omaha comandando seus negócios.
Nos três meses encerrados em junho, a Berkshire apresentou receita de US$92,503 bilhões, valor 21,4% maior do que o divulgado no mesmo trimestre de 2022.
Importante salientar que grande parte desse crescimento nas vendas se deu por conta da junção dos números da Pilot Travel Centers, cujo controle foi adquirido pela Berkshire em janeiro desse ano — a receita desse segmento foi de US$14,754 bilhões no trimestre. No ano anterior, o resultado da companhia era apresentado somente pelos lucros decorrentes da participação da holding.
Divisão de Seguros cresceu 15,3% em comparação anual
Já em relação aos outros segmentos de atuação da Berkshire, destaque para a parte de Seguros, que reportou vendas de US$23,479 bilhões, crescimento de 15,3% na comparação anual.
Dentro dessa parte do negócio, os principais vetores de melhoria nos resultados foram a Berkshire Hathaway Primary Group (que engloba diversas seguradoras), com vendas de US$4,233 bilhões (+27,8% vs. 2T22); a parte de Resseguros, que apresentou receita de US$6,614 bilhões (+33,3%); e a renda proveniente dos investimentos realizados nesse segmento, que totalizou US$2,918 bilhões (+27,7%).
Ebitda aumenta 11,9%
Os lucros operacionais antes dos impostos (Ebitda) foi de US$11,444 bilhões, aumento de 11,9% em relação ao segundo trimestre do ano anterior. Mais uma vez, o grande responsável pelo crescimento foi a parte de Seguros, com lucro de US$4,525 bilhões (+42,3%).
Além da renda com investimentos, a retomada da lucratividade da GEICO também ajudou significativamente essa parte do negócio — reportando lucro operacional de US$514 milhões, ante prejuízo de US$487 milhões um ano atrás.
Lucro líquido, na verdade, virou prejuízo
Na linha final de resultados, o lucro líquido atribuível aos acionistas da Berkshire foi de US$35,912 bilhões, comparado com um prejuízo de US$43,621 no 2T22.
Mas importante ter em mente que essa reversão se deu pela marcação a mercado do portfólio de investimentos, que resultou em um ganho de US$25,689 bilhões no 2T23, ante perdas de US$53,038 bilhões no mesmo trimestre do ano passado — quando os mercados internacionais passavam pelo pior momento decorrente dos receios de até onde o Federal Reserve subiria os juros.
Ao final do trimestre, o saldo de caixa da companhia chegou à marca de US$147,4 bilhões, quase US$20 bilhões acima do reportado ao final do ano passado e maior do que os US$130 bilhões no fechamento do 1T23. O portfólio de ações da holding totalizou US$353,409 bilhões, valor 14,4% maior do que no 4T22.
Os investidores gostaram do que viram, com as ações valorizando mais de 2%, se aproximando de sua máxima histórica.
Vale a pena investir em Berkshire Hathaway?
Considerando o valor de mercado atual da companhia, de quase US$784 bilhões, as ações da Berkshire Hathaway (B3: BERK34 | NYSE: BRK) negociam por cerca de 21 vezes seus lucros projetados para o ano de 2023, em linha com o nível atual do S&P 500. Considerando que dessa maneira você se torna sócio do maior investidor da história, nos parece um patamar atrativo para a ação.
Seguimos com visão positiva para a holding comandada pelo mago de Omaha, uma sugestão da carteira Investidor Internacional, série da Empiricus voltada para os mercados internacionais.