A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) deu os primeiros passos para analisar os pedidos de criação de ETFs de Bitcoin spot (à vista) no país.
Depois da maior gestora do mundo, BlackRock, solicitar o lançamento e ter o pedido aceito para revisão, a gestora Valkyrie foi pelo mesmo caminho, e também está com a solicitação no calendário da SEC.
Entenda o ETF de Bitcoin à vista
O ETF do Bitcoin à vista, se aprovado, deve representar um marco importante para o mercado cripto. Diferente do Brasil, que já tem fundos de BTC spot, os ETFs que existem nos EUA são de contratos futuros, e não do ativo em si.
“A diferença do ETF spot é que ele reflete a atual demanda pelo ativo. Diferente dos contratos futuros, para cada Bitcoin que se quer comprar você tem de fato a moeda sendo comprada. É uma unidade a menos em circulação no mercado”, explica o head de criptomoedas da Empiricus Research, Vinicius Bazan.
Por isso, o analista acredita que a criação do ETF pode abrir a porteira para “bilhões e bilhões de dólares entrarem no mercado”.
“Tem uma série de investidores institucionais que ainda evitam se expor ao mercado por medo, tanto de regulação quanto de como o instrumento vai funcionar. Um banco, por exemplo, vai ter mais receio de comprar Bitcoin na corretora Coinbase do que teria de comprar ETF na bolsa, um ambiente que está acostumado”.
Com o ETF, a pessoa física também não precisa se preocupar com wallet ou abrir contas em corretoras estrangeiras. “Quem não passou pelas barreiras de dificuldades tecnológicas que ainda existem no mercado de cripto vai poder ir por outro caminho”, aponta.
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Empiricus Research está otimista com o mercado cripto
Bazan traça um paralelo com o impacto da criação do primeiro ETF de ouro, em 2004, quando a commodity chegou a subir cerca de 5 vezes nos anos seguintes.
“Foi uma porta de entrada para muitos investidores que estavam represados. Não quer dizer que vai seguir a mesma história com o Bitcoin, mas é um fato muito aguardado. Não é de hoje que se espera uma aprovação de um instrumento deste tipo”.
A contar da data em que acatou os pedidos, a SEC tem até 240 dias para dar o parecer final.
Ainda assim, há otimismo com uma resposta mais rápida e um desfecho positivo para a criação dos ETFs, principalmente se depender do histórico da BlackRock.
A gestora entrou com pedidos do tipo por 576 vezes, e conseguiu aprovação de 575 ETFs. “É muito claro que um player do peso da BlackRock sabe como deve ser feito para ser aprovado, segundo as leis que existem”, afirma Bazan.
Agora, o analista acredita que outras empresas também vão correr atrás da criação do fundo à vista do Bitcoin. “Quem aprovar o primeiro ETF, deve ter o fundo dominante. Aqui no Brasil foi assim, o primeiro aprovado é o que tem mais cotistas e patrimônio líquido”.
A Empiricus Research tem uma visão construtiva para o Bitcoin e o mercado de criptomoedas em geral. “Estamos reunindo elementos que jogam muito a favor do mercado e dos preços. Mesmo antes dos pedidos de ETFs, já tínhamos uma visão positiva, com o halving, melhora macroeconômica e os muitos desenvolvimentos importantes dentro do ambiente cripto que vão ter impactos relevantes”, avalia Bazan.