Criptomoedas

Bitcoin (BTC): vale a pena investir? Entenda o que é e como funciona essa criptomoeda

O Bitcoin é a primeira criptomoeda do mundo e ajudou a desenvolver todo um mercado de ativos digitais. Saiba mais sobre o Bitcoin e suas características.

Por Equipe Empiricus

10 nov 2022, 20:26 - atualizado em 01 mar 2024, 10:38

Imagem representando Bitcoin, mostrando uma moeda de Bitcoin.

A ascensão das criptomoedas incentivou muitos investidores a migrarem suas aplicações ao longo dos últimos anos. Hoje, existem dezenas de milhares de criptoativos em circulação nesse gigantesco – mas ainda iniciante – mercado. Um deles é o grande protagonista e responsável pela “disrupção” do sistema financeiro tradicional: o Bitcoin.

A primeira criptomoeda do mercado surgiu com a promessa de criar um sistema financeiro totalmente descentralizado, o que despertou o interesse de desenvolvedores, programadores e investidores.

O que parecia ser um projeto ambicioso e difícil de ser implementado logo foi abraçado por entusiastas e curiosos, despertando até mesmo a ira de grandes instituições financeiras. A moeda Bitcoin bateu recordes de valorização e se consolidou como a principal criptomoeda do mercado.

O que é Bitcoin (BTC)?

Bitcoin é uma criptomoeda criada pelo projeto de um desenvolvedor (ou grupo de desenvolvedores) denominado Satoshi Nakamoto. Lançada em 2009, o BTC existe apenas em formato digital, é totalmente descentralizada – o que significa dizer que não há qualquer intermédio por parte de Bancos Centrais, e utiliza como base uma rede de blocos criptografados.

A descentralização do ativo é o principal fator motivador de seu(s) criador(es), uma vez que ela funciona por conta própria e sem a regulamentação de governos, entidades e órgãos do sistema monetário. Assim, a cripto pode ser negociada sem intermédios e de forma direta entre usuários (peer-to-peer), prática que reduz os custos de transação e outras burocracias cambiais.

Diferentemente de ativos fiduciários – dólar, euro, real –, que podem ser emitidos “infinitamente” por parte dos países emissores, o Bitcoin (BTC) foi criado com uma limitação de até 21 milhões de moedas. Treze anos após a sua criação, 19 milhões de unidades de bitcoins já foram mineradas, superando 90% da emissão total.

Para respeitar a limitação criada para controlar a inflação do ativo, seu sistema prevê que o número de bitcoins emitidos seja reduzido pela metade a cada 210 mil blocos minerados. Quando essa marca é atingida, ocorre o evento denominado “halving” do Bitcoin.

O que é uma criptomoeda?

Uma criptomoeda é um ativo digital descentralizado que utiliza a criptografia em suas transações. Todas as criptos funcionam de maneira independente e com funções distintas, mas há um fator em comum que elas carregam entre si: a tecnologia blockchain.

Enquanto uma moeda convencional tem seu volume de circulação controlado pelo governo, ativos como Bitcoin e Ether são emitidos de maneira computadorizada. Os ativos são gerados em redes blockchain por meio de cadeias de blocos criptografados, permitindo a validação de forma automatizada e sem a necessidade de um controle externo.

O processo de criação e emissão de uma criptomoeda envolve diversas etapas, desde a aceitação do projeto por parte de desenvolvedores e especialistas até a adoção pelo mercado. Além disso, elas são consideradas ativos voláteis, ou seja, sua valorização depende da lei da oferta e da procura.

Entre os tipos de criptomoedas disponíveis no mercado, destacam-se projetos como as stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos fiduciários como dólar e euro), os tokens não fungíveis (NFTs) e os tokens de utilidade.

Apesar de adotadas – em grande parte – como reserva de valor, algumas criptomoedas também servem como ativos de troca em transações comerciais. El Salvador, por exemplo, foi o primeiro país a adotar o Bitcoin como moeda oficial. Porém, como elas apresentam grande volatilidade, seu uso no cotidiano é visto com incerteza.

História do Bitcoin

Apesar de ter sido criado nos anos 2000, o Bitcoin seguiu um conceito discutido na década de 1980 pelo cientista da computação e criptógrafo americano David Chaum, que criou uma moeda digital denominada ecash. A partir disso, novos desenvolvedores se aprofundaram em metodologias capazes de implementar uma moeda digital em grande escala global.

Como o Bitcoin surgiu?

O BTC surgiu em meio à crise das bolsas de valores norte-americanas, mais precisamente em 2008. À época, a falência do Lehman Brothers gerou uma instabilidade financeira que afetou toda a população, incentivando os protestos do Occupy Wall Street contra a desigualdade econômica e social nos Estados Unidos.

Bancos e instituições financeiras (até então “blindados” no cenário global) passaram por uma onda de descrédito, movimento que instigou a criação de ativos descentralizados dos grandes órgãos monetários.

O objetivo do Bitcoin era gerar maior autonomia para os usuários, eliminando o intermédio entre os bancos e reduzindo taxas e flutuações cambiais. A ideia de tirar o poder de decisão das grandes corporações e entregá-lo ao cidadão comum logo se tornou um incentivo e tanto para programadores e empresas de tecnologia.

O engenhoso projeto foi assinado por Satoshi Nakamoto. Como dito, trata-se do pseudônimo do indivíduo (ou grupo de pessoas) que até hoje mantém sua identidade desconhecida.

Embora em um primeiro momento essa informação possa causar incertezas para quem deseja investir no ativo, na prática o Bitcoin e as demais criptos são bastante transparentes, já que passam por processos automatizados de validação e rastreamento online.

Desenvolvimento do Bitcoin

Após a saída de Nakamoto do projeto, o Bitcoin levou mais alguns anos para finalmente chamar atenção do mercado e da mídia especializada. Foi em 2013 que o ativo passou a ser tema de discussão, mas ainda sob grande desconfiança.

Apesar dos receios, muitos indivíduos compraram ou passaram a minerar bitcoins, gerando ganhos gigantescos. Quem comprou BTCs em 2013 viu o ativo saltar de US$ 125 para US$ 1.200 em pouco mais de um ano.

Devido à sua rápida valorização, o Bitcoin se tornou uma oportunidade de ouro para ganhos exponenciais no curto prazo, atraindo a atenção de muitos investidores.

A partir disso, o ativo passou a ser considerado o “dinheiro do futuro” e entrou de vez para as carteiras de recomendação. Ao longo dos últimos anos, o Bitcoin serviu como base para milhares de novas criptomoedas: hoje, mais de 19 mil ativos digitais estão em circulação no mercado, e esse número pode aumentar diariamente.

Como funciona o Bitcoin?

A “mágica” por trás do BTC é amplamente discutida na comunidade científica e tecnológica, uma vez que essa tecnologia se tornou disruptiva para um dos sistemas mais fortalecidos da nossa sociedade até então. Se grandes instituições financeiras temem a expansão do mundo cripto hoje, esse temor existe graças aos mecanismos por trás dessa criação.

Tanto o Bitcoin como o Ethereum e outras criptomoedas consagradas seguem quatro pilares: tecnologia blockchain, mineração automatizada, negociações específicas e armazenamento criptografado. Entenda melhor esses processos a seguir:

O que é a Blockchain?

Engana-se quem pensa que a tecnologia blockchain surgiu com o Bitcoin: o primeiro registro por trás da tecnologia ocorreu em 1991, quando Stuart Haber e W. Scott Stornetta fizeram uma pesquisa acadêmica sobre o assunto.

Blockchain nada mais é que um sistema rastreável de envio e recebimento de dados digitais. Note que não citamos ativos especificamente, já que a tecnologia permite a transação de qualquer informação online: criptomoedas, contratos, comercialização de filmes e músicas, rastreamento de remessas etc.

Isso é possível graças à corrente de blocos gerada virtualmente, que opera de forma automatizada, permitindo a validação de qualquer transação de forma rápida e sem intermédios. No caso do Bitcoin, a negociação é feita em uma rede blockchain e rastreada desde o início, possibilitando maior transparência para os usuários.

A base da tecnologia blockchain é formada da seguinte forma:

  • Criptografia: protocolo de segurança que impede terceiros de acessar as informações privadas;
  • Transações anônimas: mecanismo que protege a identidade dos usuários durante os processos de negociação dos ativos;
  • Smart contracts: contratos autoexecutáveis que automatizam acordos preestabelecidos entre as partes envolvidas.

O que é a mineração do Bitcoin?

Quando falamos em Bitcoin, logo surge o termo “mineração” para definir a maneira como esses ativos são emitidos. A mineração de BTCs nada mais é que a forma como a cadeia dessas criptomoedas se mantém ativa, uma vez que os usuários precisam “fazer a roda girar” por meio de protocolos específicos.

Para gerar novos bitcoins, os desenvolvedores e mineradores responsáveis precisam solucionar espécies de problemas matemáticos no sistema. Por sua vez, o computador passa a buscar soluções para os desafios computacionais impostos pela rede, fazendo com que os usuários recebam 25 frações da moeda a cada desafio cumprido.

Entretanto, a prática é voltada para desenvolvedores e programadores que já têm certa habilidade de lidar com ferramentas de código aberto. Além disso, exige um alto gasto energético em máquinas potentes, que precisam se manter frequentemente conectadas.

Como funciona a negociação do Bitcoin?

A compra e venda de BTC ocorre majoritariamente de duas formas: por meio de negociações diretas entre os usuários (método conhecido como peer-to-peer ou P2P) ou por intermédio de exchanges (corretoras) especializadas.

Assim como ocorre no mercado de ações, as corretoras de criptomoedas permitem a negociação de bitcoins por meio de plataformas práticas e intuitivas, sendo a melhor opção para investidores iniciantes e sem conhecimento avançado em redes de código aberto.

Para comprar Bitcoin, basta realizar um cadastro em uma das várias corretoras disponibilizadas no mercado, depositar o saldo necessário e comprar o ativo que preferir.

Contudo, vale lembrar que as negociações no mercado cripto não obedecem uma regulamentação, portanto, se houver vazamento de dados de alguma corretora, não haverá um órgão fiscalizador capaz de intervir. Por isso, é de suma importância que o investidor avalie a reputação dessas casas antes de negociar por meio delas.

O método peer-to-peer, por sua vez, é feito direto pela blockchain e conecta vendedores e compradores dispostos a realizar trocas de ativos sem intermédio. A prática pode atrair hackers que se aproveitam da anonimidade para dar golpes, então é mais recomendada para quem já possui conhecimento avançado nesses sistemas.

Armazenamento do Bitcoin

Por serem ativos totalmente digitais, os bitcoins devem ser armazenados de forma equivalente. Conhecidas como cold wallets (carteiras frias) e hot wallets (carteiras quentes), as carteiras digitais de criptomoedas ou wallets criam pares de chaves criptográficas correspondentes, sendo uma pública e uma privada.

As cold wallets funcionam como um cofre offline para as chaves cripto, e não necessitam de conexão com a internet para serem acessadas. Dentro desse segmento, a hardware wallet (carteira física) se destaca por ser uma espécie de pen-drive de acesso. Já as hot wallet são conectadas à internet e geralmente virtuais.

Ambas as opções têm vantagens e desvantagens para o uso, mas as hot wallets podem gerar maior vulnerabilidade, já que estão constantemente conectadas à internet e podem atrair hackers e invasões. Já as carteiras frias não dependem do acesso à internet e são menos flexíveis por dependerem de uma ferramenta de entrada.

O Bitcoin é seguro?

A segurança em torno das criptomoedas é tema de discussão constante nas comunidades e na mídia em geral. Um dos pilares do Bitcoin e altcoins do mercado resume bem a sua instrumentalização: a criptografia. As redes blockchain oferecem uma camada extra de segurança, dificultando que fraudes e acessos externos sejam feitos durante as transações.

As chaves geradas por protocolos automatizados são responsáveis por rastrear toda a movimentação de uma criptomoeda online, desde o seu envio até o recebimento por parte de outro usuário.

Por outro lado, o investimento em BTC pode gerar insegurança para quem aplica dinheiro na modalidade, uma vez que o mercado não atende a uma regulamentação específica. Em caso de perda ou roubo dos ativos, o investidor pode ficar de mãos atadas.

Como investir em Bitcoin?

Agora que você já sabe o que é Bitcoin e quais são as suas principais particularidades, deve estar se perguntando como – e se vale a pena – investir nesse ativo digital.

Há pelo menos duas formas tradicionais de explorar o BTC por meio dos investimentos: você pode negociá-lo de forma direta (via peer-to-peer ou exchanges), ou por meio de fundos que replicam índices atrelados à cripto. Confira, em detalhes, como essas modalidades funcionam:

1. Exchanges especializadas

As exchanges de criptomoedas funcionam como corretoras intermediárias de ativos, assim como ocorre no mercado de ações da Bolsa. Dessa forma, o investidor pode comprar e vender Bitcoin e armazená-los por meio de uma plataforma intuitiva.

Como há um intermédio para a operação, deve-se levar em conta que essas corretoras cobram taxas adicionais e não são regulamentadas por um órgão fiscalizador – como ocorre com a CVM no mercado de ações, por exemplo. Porém, elas são a maneira mais prática de negociar diretamente, uma vez que exigem apenas cadastro e um depósito prévio.

Entre as exchanges que operam em território brasileiro, destacam-se nomes como:

  • Binance;
  • Mercado Bitcoin;
  • BitcoinTrade;
  • Foxbit;
  • NovaDAX.

Antes de investir, entretanto, é importante que você faça uma avaliação das empresas, bem como de suas políticas de segurança.

2. ETFs de Bitcoin na Bolsa

Outra forma de investir em Bitcoin de maneira prática é por meio dos ETFs (Exchange Traded Funds), fundos de investimentos negociados na Bolsa de Valores que replicam o desempenho de índices específicos atrelados ao ativo.

Contudo, vale lembrar que os fundos têm gestão passiva, ou seja, são portfólios hipotéticos usados como medidores do mercado. No Brasil, dois fundos performam com foco em Bitcoin: o BITH11 e o QBTC11.

  • O QBTC11 é o primeiro ETF da América Latina 100% focado em Bitcoin. Gerido pela QR Asset, o fundo replica o CME CF Bitcoin Reference Rate, índice de contratos futuros de BTC da principal bolsa de derivativos do mundo, a Chicago Mercantile Exchange (CME).
  • Já o BITH11 é o primeiro ETF verde do segmento, criado e administrado pela gestora Hashdex. A composição é formada por 95% de cotas do ETF Hashdex Nasdaq Bitcoin, fundo listado no exterior que replica o desempenho do Nasdaq Bitcoin Reference Price, índice que acompanha o valor do BTC em dólar.

Além dos ETFs 100% focados em Bitcoin, há opções para quem deseja explorar o mercado cripto em geral: o HASH11 é composto por sete criptomoedas, enquanto o QETH11 e o ETHE11 se concentram em Ethereum.

Tributação do Bitcoin

Embora seja um tipo de ativo novo, no Brasil a Receita Federal já possui regras e recomendações de tributação para o bitcoin e outras criptomoedas.

A tributação ocorre, assim como em outros ativos, sobre o ganho de capital em negociações com o bitocin. Ou seja, caso o investidor obtenha lucro ao comprar e vender o criptoativo, ele deve pagar uma alíquota que varia de 15% a 22,5% sobre o montante auferido.

O recolhimento da tributação do bitcoin é feito através da declaração de Imposto de Renda, que deve ser feita e mantida por todo investidor que possui criptoativos em sua carteira, mesmo que ele não tenha negociado nenhuma moeda naquele ano.

Vale a pena investir em Bitcoin?

Apesar de o mercado cripto atual passar, de tempos em tempos, por um período de ajustes de preços e sofrer com a volatilidade, investir em criptomoedas ainda é visto por muitos especialistas como uma estratégia interessante para a diversificação do portfólio no longo prazo.

O investimento em Bitcoin é frequentemente apontado como uma aposta certeira para as próximas gerações, conforme cresce a adoção de tecnologias descentralizadas por parte de governos e empresas globais.

Os chamados “holders” (ou hodlers) já adotam estratégias nesse sentido: compram e seguram o ativo com a intenção de valorizá-lo à medida que ele se torna mais escasso. A tendência é que a emissão de bitcoins se torne cada vez mais rara, prática que pode deixar o ativo ainda mais valioso.

Outro ponto positivo sobre o Bitcoin é o fato de que o mercado ainda está em constante expansão: tecnologias voltadas à criação de metaversos e jogos play-to-earn estão intrinsecamente conectadas às criptomoedas e tendem a valorizar nos próximos anos.

Ainda assim, vale lembrar que o investimento em Bitcoin éconsiderado de alto risco, e as análises devem ser feitas de acordo com o seu perfil de investidor.

Quanto é R$ 1000 em bitcoins?

1 Bitcoin (BTC) vale R$ 121.283,66 (dados atualizados em 02/08/2022, às 17h). Portanto, R$ 1.000 investidos no ativo equivale a 0,00822368 bitcoin(s).

O que é Bitcoin e para que serve?

Bitcoin é a primeira moeda digital e descentralizada do mundo. Além de servir como reserva de valor, o ativo pode ser utilizado para transações comerciais em estabelecimentos credenciados e na compra de produtos e serviços digitais.

Onde posso comprar Bitcoin?

A compra e venda de Bitcoin é feita por meio de redes blockchain descentralizadas ou por intermédio de exchanges especializadas, como Binance, Mercado Bitcoin, BitcoinTrade, FoxBit e NovaDAX.

Como tirar o dinheiro do Bitcoin?

O resgate de bitcoins deve ser feito por meio da corretora responsável pela negociação dos ativos. Também existem os caixas eletrônicos especializados, como o Bitcoin ATM, que nada mais são que aparelhos físicos para saques de moedas virtuais. 

Qual é o valor do primeiro Bitcoin?

A primeira negociação de Bitcoin foi feita no dia 5 de outubro de 2009, por meio da New Liberty Standart. Na época, o preço de 1 BTC era de apenas 0,00076392 dólar, bem menos que 1 centavo.

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