O BR Partners (BRBI11) divulgou na última terça-feira (26) que a venda da participação das famílias de empresários acionistas do banco levantou R$ 214,4 milhões.
A companhia precificou cada unit – das 16,8 milhões ofertadas – em R$ 12,75. O valor representa um desconto de 7,6% em relação ao último fechamento de mercado e de 19,8% em relação à data do anúncio da oferta secundária, em 14 de setembro.
O desconto significativo tem fundamento nas turbulências enfrentadas pelos mercados globais nas últimas semanas, afirmou a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research.
“Todas as ações caíram bastante. Acho natural que os investidores exijam um desconto maior para participar da oferta em relação ao que era verificado na época do anúncio”.
Por conta do preço fixado, as ações do BR Partners sofrem forte ajuste no pregão desta quarta-feira (27).
Analista aprova reorganização societária da companhia
A analista explica que a venda da participação das famílias investidoras – que tinham percentual relevante desde a fundação da companhia, em 2009 – tem dois destinos: o mercado, via follow on, e o partnership do BR Partners, holding formada pelos sócios-executivos que tocam o dia a dia da companhia.
Segundo ela, a oferta tem o intuito de aumentar a liquidez do papel e dar “poder de fogo” ao partnership.
“O poder de fogo significa que o grupo de sócios-executivos têm mais ações para motivar e dar as ações por mérito para novos sócios do BR Partners que vierem a conquistar esse patamar. Para quem ainda não é sócio dá mais motivação para gerar resultados para a companhia. É um mecanismo de alinhamento de interesses das pessoas que vão construir a companhia daqui pra frente”, explicou.
Neste sentido, a Larissa aprovou a reorganização societária da companhia. “Aumenta o alinhamento de interesses entre os acionistas minoritários e os executivos que tocam a companhia”.
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BR Partners (BRBI11): Empiricus Research recomenda comprar as ações
BR Partners é uma recomendação da Empiricus Research. De acordo com a analista, o banco está preparado para capturar a queda da taxa básica de juros brasileira, Selic, em diferentes frentes de atuação – especialmente a de M&As e de emissão de dívidas, que tendem a ter mais demanda.
Além disso, o banco é uma small cap, classe tradicionalmente mais sensível a momentos de queda do juro em comparação a outras large caps do setor financeiro.
Por outro lado, no caso de o juro não cair tanto quanto o mercado espera, a diversificação de negócios da companhia dá conforto para seguir com as ações.
“É um dos grandes players de queda de juros, mas não depende disso para ser uma empresa rentável e continuar crescendo. Essa é a nossa grande fortaleza da tese”, afirmou a analista.
Por fim, dada a qualidade da companhia, as ações estão em ponto de entrada interessante para os investidores.
“O banco entrega retorno sobre patrimônio líquido na casa de 20% ao ano, gera lucro, é rentável, cresce e tem um valuation relativamente barato, negociando a menos de 10x lucros para 2024. É um compounder de médio e longo prazo. Não é aquela ação que tem gatilhos para dobrar daqui 12 meses, mas é uma empresa que tem motivos para crescer um pouquinho sempre, acompanhando a trajetória do negócio que tem essa característica”, finaliza.
Para assistir a entrevista completa de Larissa Quaresma no Giro do Mercado sobre a oferta e a tese em BR Partners, confira o vídeo abaixo: