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BR Partners (BRBI11): recém-implementada, área de Wealth Management deve ajudar a atravessar cenário de juros e dólar elevados

Mesmo com a forte alta da Selic a partir de 2021 e com o mercado praticamente fechado para ofertas de ações, a receita consolidada da BR Partners atravessou o dificílimo período entre 2022 e 2023 praticamente estável.

Por Ruy Hungria

04 jul 2024, 10:45 - atualizado em 04 jul 2024, 10:45

BR Partners (BRBI11)
Imagem: Divulgação/BR Partners

Parece que a cada novo relatório Focus divulgado, o cenário fica menos favorável para as empresas associadas à pré-histórica tese de financial deepening – que favorece o case BR Partners (BRBI11)

Com a enxurrada de notícias negativas (mudança de metas fiscais, receios com a postura da próxima gestão do BC, mais sinais de gastança por parte do governo, etc) os economistas têm constantemente elevado as perspectivas para a inflação e para a Selic nos próximos anos. 

Fonte: Relatório Focus, Banco Central do Brasil.

Com boa parte das receitas provenientes de atividades como assessoramento de M&As, IPOs e outras que normalmente dependem de um ambiente de juros baixos, o BR Partners (BRBI11) é uma dessas companhias associadas à tese de financial deepening, e que na teoria deveria ser punida pela piora das perspectivas recentes. Mas não é bem isso que notamos ao observar os resultados desde 2020. 

Receita de BR Partners atravessou muito bem períodos difíceis

Na verdade, mesmo com a forte alta da Selic a partir de 2021 e mesmo com o mercado praticamente fechado para ofertas de ações, a receita consolidada atravessou o dificílimo período entre 2022 e 2023 praticamente estável, e voltou a subir com mais intensidade desde o fim do ano passado, marcando novos recordes. 

Fonte: Companhia. Elaboração: Empiricus.

Como podemos observar no gráfico acima, o que aconteceu foi uma mudança na composição da receita. Enquanto o Investment Banking fez a lição de casa (com fees de emissão de dívida substituindo os fees de IPOs/follow-ons a partir de 2022), outras linhas passaram a ganhar relevância. 

A Tesouraria e Estruturação avançou, se aproveitando da necessidade dos clientes de se protegerem da alta do dólar e do aumento dos juros. Mais importante ainda foi o avanço da Remuneração do Capital, que está diretamente relacionada à própria Selic, e ganhou bastante relevância com o avanço dos juros.

Isso fica mais claro no gráfico abaixo, que mostra como o banco tem se tornado cada vez menos dependente da linha Investment Banking desde o IPO. 

Fonte: Companhia. Elaboração: Empiricus.

Wealth Management deve ajudar ainda mais no crescimento e geração de valor de BR Partners

É claro que seria muito melhor se os juros caíssem, o dólar voltasse para patamares palatáveis e o ambiente se tornasse propício para ofertas de ações e M&As.

Mais importante, porém, é saber que a small cap não depende disso para sobreviver, crescer e gerar valor. Aliás, a recém-implementada área de Wealth Management será mais uma a ajudar os resultados enquanto o ambiente não melhora. 

Por cerca de 7x Preço/Lucros esperados para 2025 e resultados resilientes mesmo em um ambiente difícil, BRBI11 segue como uma recomendação da Empiricus Research.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.