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BR Partners (BRBI11) supera expectativas com números do 1T24; confira

Resultado do 1T24 da BR Partners aponta que os próximos trimestres podem ser ainda melhores

Por Larissa Quaresma, CFA

10 maio 2024, 14:32 - atualizado em 10 maio 2024, 14:47

BR Partners (BRBI11)
Imagem: Divulgação/BR Partners

Ontem (9), após o fechamento do mercado, o BR Partners (BRBI11) divulgou seus números do 1T24, que superaram as nossas já otimistas expectativas. A companhia entregou um lucro líquido de R$ 49,5 milhões, evolução de +15% na visão trimestral e de +49% na anual, em razão da atividade mais forte de M&A, emissões de dívida e do aumento da carteira própria de empréstimos.

Mesmo com o investimento em pessoas, a companhia melhorou sua eficiência operacional, o que também contribuiu para o elevado retorno sobre patrimônio líquido (ROE), de 24,0%, +2,4 p.p t/t. e +7,4 p.p. a/a.

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BR Partners (BRBI11) tem R$ 138 milhões de Receita Total

A Receita Total cresceu 11% sequencialmente e +36% contra o ano anterior, para R$ 138 milhões. A evolução veio principalmente da vertical de Investment Banking + Capital Markets (+3% t/t e +69% a/a), com mais movimentos de M&A e emissões de títulos de dívida, enquanto a demanda por esses investimentos continua forte e a companhia captura essas oportunidades.

A frente de Remuneração de Capital também contribuiu positivamente (+63% t/t e -4% a/a), em razão do aumento da carteira própria de títulos de crédito e empréstimos-ponte (+19% t/t e +46% a/a). Por outro lado, a área de Treasury Sales & Structuring teve uma contração sequencial de 21%, embora continue em melhor patamar vs. ano passado (+48%): neste trimestre, a demanda por derivativos de câmbio e commodities foi menor.

Vale destacar a rápida evolução do Wealth Management, que, após apenas 6 meses de operação, atingiu R$ 2,7 bilhões em patrimônio sob assessoria (+16,0% t/t). Em termos financeiros, a nova área ainda não mexe o ponteiro para a companhia, mas os indicadores da operação estão evoluindo bem.

Do lado das despesas, a companhia entregou indicadores saudáveis, com o índice de eficiência melhorando 16 p.p. sequencialmente e 2 p.p. anualmente. Destacamos que isso se dá mesmo com o forte investimento em pessoas no período, com a entrada de novos sócios e do time de Wealth Management.

Com isso, o lucro líquido foi de R$ 49,5 milhões, com ROE de 24% e expansão forte tanto na visão trimestral (+15%) quanto anual (+49%). A companhia declarou R$0,30 por unit em dividendos intermediários, o que representa um payout de 64% e um dividend yield de 2%.

Previsibilidade de crescimento ao longo do ano

Olhando à frente, temos motivos para acreditar que esse ótimo resultado pode ter sido o “pior” do ano de 2024. Embora a operação já tenha evoluído substancialmente vs. o ano passado, quando a companhia foi afetada pelo evento Americanas e o fechamento do mercado de capitais, os próximos trimestres podem ser ainda melhores.

O BR Partners já assessorou diversas transações de M&A que devem se transformar em receita ao longo do ano, provendo uma boa previsibilidade de crescimento. Além disso, a companhia considera que o nível de atividade de M&A no mercado hoje “é bom, mas não ótimo”, o que indica espaço para mais aquecimento das transações com a melhoria do macro.

Ademais, o fato de a bolsa ainda estar inóspita para emissões de ações significa que as empresas continuarão precisando emitir dívida para reforço de caixa e reestruturação do passivo.

Negociando a um P/L 2024 de 9,0x e com possibilidade de continuar superando expectativas, mantemos a recomendação de compra de BRBI11, presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.