Investimentos

BR Partners (BRPR11) tem melhora gradual no 2T23 e supera evento Americanas

A companhia apresentou um lucro líquido 17% acima do 1T23 e ROE anualizado de 19,4%.

Por Larissa Quaresma, CFA

16 ago 2023, 11:47 - atualizado em 16 ago 2023, 11:47

BR Partners BRBI11
Imagem: Divulgação/ BR Partners

Os números do BR Partners (BRPR11) referentes ao 2T23 vieram acima das expectativas do mercado.

A companhia apresentou um lucro líquido de R$ 39 milhões (+17% trimestralmente e -4% anualmente) e ROE anualizado de 19,4% (+2,8 p.p. e -1,8 p.p., respectivamente).

Evento Americanas foi superado

Houve uma clara recuperação dos negócios em relação ao 1T23, fortemente impactado pelo evento Americanas, mas os números ainda estão abaixo na comparação anual. Ao que tudo indica, entretanto, o 1T23 foi o pior do ciclo atual, e já observamos uma melhora gradual no segundo trimestre, um movimento que deve se intensificar nos próximos trimestres.

Fonte: BR Partners

A receita total foi de R$ 103 milhões (+2% t/t e -6% a/a), sendo R$ 74 milhões em receitas de clientes (+24% t/t e -15% a/a), excluindo os R$ 29 milhões em remuneração de capital.

Linhas de negócio foram bem, mas ainda abaixo na comparação anual

Dentre as áreas de negócio, o destaque ficou com Investment Banking (+13% trimestralmente), que viu um início de recuperação da atividade de M&A e a continuidade de assessorias em Special Situations & Restructuring.

Contribuíram, também, a parte de Mercado de Capitais (+38% tri a tri), com retomada das emissões de dívida, e Treasury Sales & Structuring, com aumento da base de clientes e aumento na atuação em commodities agrícolas.

Por outro lado, todas essas áreas ainda estão abaixo na comparação anual, já que a recuperação dos negócios aconteceu a partir de junho, o último mês do trimestre. Por isso, esperamos receitas mais fortes no segundo semestre.

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Despesas mais amenas

Do lado das despesas, houve uma diluição na comparação trimestral; entretanto, na visão anual, fica claro o investimento em equipe para a criação da área de Wealth Management, ainda pré-operacional.

As despesas operacionais totalizaram R$ 50 milhões, praticamente estáveis trimestralmente, mas com crescimento anual de 9%.

Com isso, o resultado operacional antes dos impostos foi de R$ 53 milhões, evolução sequencial de 3% e queda de 17% versus o 2T22. Com uma alíquota efetiva mais baixa, de 27%, o lucro líquido e o ROE foram beneficiados.

A visão da Empiricus Research para BR Partners

Olhando à frente, a companhia deve capturar mais intensamente a normalização do mercado de capitais nos próximos trimestres, sendo ainda beneficiada pelos cortes de juros, que deverão gradualmente melhorar as condições de mercado.

Além disso, à medida que a operação de Wealth Management passa a gerar receita relevante, o que esperamos para 2024, deve haver alguma alavancagem operacional, com ganho de rentabilidade. Negociando a 2x seu valor patrimonial, mantemos BR Partners no book de ações, com 0,75% da carteira total.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.