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Brasil e China: novos acordos comerciais podem pressionar o dólar e a indústria brasileira? Veja onde investir nesse cenário

Encontro entre os presidentes Lula e Xi Jinping gera acordos que preocupam parte dos empresários brasileiros. 

Por Maisa Leme

22 nov 2024, 15:32 - atualizado em 22 nov 2024, 15:32

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Imagem: iStock.com/wenjinchen

Na última segunda-feira (18), o presidente da China, Xi Jinping, visitou o Brasil e durante sua estadia, encontrou o presidente Lula para assinar 37 acordos bilaterais. A parceria, já de longa data, resultou em acordos abrangentes em mais de 15 diferentes áreas como agronegócio, cooperação tecnológica, infraestrutura e indústria e educação.

O fator mais relevante foi o acordo agropecuário. Há um tempo o Brasil vem construindo sua posição como um fornecedor valioso para o mercado chinês. Nessa perspectiva, foi realizada a abertura de quatro novos mercados para produtos brasileiros, sendo eles: gergelim, uvas frescas, óleo e farinha de peixe. 

POR QUE OS NOVOS ACORDOS COMERCIAIS COM A CHINA PODEM PRESSIONAR O DÓLAR? 

Do ponto de vista técnico,  um dólar fortalecido encarece as importações e, por consequência, aumenta o custo de insumos e produtos manufaturados das empresas brasileiras que utilizam matéria-prima estrangeira.

Por isso, João Piccioni, estrategista-chefe da Empiricus Gestão, comenta que, embora a pauta dos acordos bilaterais seja positiva, os empresários brasileiros parecem preocupados. 

 “Quando você abre o caderno de empresas dos jornais, a principal preocupação dos empresários brasileiros é justamente com os acordos que o governo está fechando com a China. […] Isso pode deteriorar o restinho da indústria brasileira, que ainda está respirando por aparelhos”, explica.

POR OUTRO LADO, EXPORTADORAS BRASILEIRAS SE BENEFICIAM DE UM DÓLAR FORTE

Paralelamente ao prejuízo para quem importa, as exportadoras brasileiras levam vantagem diante de um câmbio mais alto, como explica Larissa Quaresma, analista de ações da Empiricus Research: “A valorização do dólar beneficia exportadoras, principalmente aquelas que têm a receita dolarizada, mas que têm os custos majoritariamente em reais”. 

O que Piccioni contrapõe com a perspectiva geral do mercado, que se desequilibra: 

“Teoricamente, isso concentra a renda nos exportadores brasileiros e você machuca a renda da da economia dos serviços. Você está melhorando em termos de troca, balanço comercial, e está deteriorando toda a economia local. É meio isso que aconteceu nesses últimos anos. A economia local funcionou a base de esteroides, ou seja, impressão da moeda brasileira.”


Nesse cenário, para o investidor que quiser incluir exportadoras na carteira, a Cosan (CSAN3), com grande exposição a commodities, é uma das 10 ações recomendadas neste momento pela Empiricus Research com potencial de valorização.

Sobre o autor

Maisa Leme

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, estagia em redação no site da Empiricus.