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BTG Fundo de Fundos (BCFF11) anuncia nova etapa de fusão com BTG Pactual Hedge Fund (BTHF11); veja os próximos passos do FoF

A fusão pela aplicação de recursos do BCFF11 na subscrição de cotas da 3ª emissão do BTHF11; entenda

Por Caio Araújo

23 out 2024, 10:43 - atualizado em 23 out 2024, 10:43

fusão de bcff11 e bthf11

Imagem: MoneyTimes (Grupo Empiricus)

Em continuidade ao processo de fusão, o BTG Fundo de Fundos (BCFF11) anunciou recentemente uma nova etapa aos cotistas.

Relembrando o evento, a BTG Asset propôs uma fusão (merge) entre o BCFF11 e o BTG Pactual Hedge Fund (BTHF11), fundo multiestratégia listado no mercado de balcão (“cetipado”).

Como será feita a fusão entre BCFF11 e BTHF11?

O processo será formalizado pela aplicação de recursos do BCFF11 na subscrição de cotas da 3ª emissão do BTHF11. Em suma, o FoF utilizará seus ativos (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) para participar da oferta. Em troca, os cotistas do BCFF11 receberão cotas do BTHF11, que será listado na B3 após o evento.

Para isso, foi convocada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que teve ampla aprovação dos cotistas (84% dos votantes). Entendemos que a proposta gera valor aos cotistas do BCFF11, tendo em vista os seguintes fatores predominantes: 

i) O possível fechamento de desconto das cotas do BCFF11 em relação ao seu valor patrimonial (VP)

ii) Dado que os ativos serão incorporados no valor patrimonial, há possibilidade de reciclagem de carteira em um momento oportuno de mercado. Esse fator é acompanhado de uma ampliação na flexibilidade da gestão, que poderá investir em mais tipos de ativos imobiliários – importante mencionar que a mesma equipe de gestão é responsável por ambas as estratégias;

iii) A projeção de aumento de rendimento recorrente entre 11% e 16%, de acordo com a gestão;

iv) A mudança na estrutura de custos para os cotistas, com a taxa de administração dos cotistas do BCFF11 passando de 1,25% ao ano para 1,1% ao ano. Em compensação, seria adicionada a taxa de performance de 20% sobre os lucros superiores a IPCA+6% ao ano.

v) Por fim, pode haver um ganho de liquidez para suas cotas, diante da consolidação do fundo como maior hedge fund imobiliário, com R$ 2,1 bilhões de patrimônio.

Termos de troca

Na última semana, o fundo informou as novas etapas da fusão e o cronograma.

Primeiro, foi estabelecida a relação de troca em 0,80 – ou seja, para cada cota do BCFF11, o investidor receberá 0,80 cota do BTHF11. Lembrando que a troca será viabilizada de acordo com o valor patrimonial de cada fundo, ajustado pelas distribuições de rendimento de setembro e pelo caixa do BCFF11.

Inclusive, o BCFF11 terá uma distribuição extraordinária de dividendos (data-base em 18/10) de R$ 0,07 por cota, correspondente à antecipação do rendimento de competência outubro. Em novembro, o caixa do fundo será amortizado – estima-se algo em torno de R$ 0,57 por cota, ajustado pelos custos de liquidação e rendimento do caixa.

Com estes termos definidos, é possível fazer uma projeção de ganho de capital para o cotista do BCFF11, com base na atual cotação de mercado (R$ 7,28). Em suma,  levando em consideração a distribuição dos rendimentos e o recebimento das cotas do BTHF11 (valor patrimonial), o potencial de apreciação seria de 21%. A gestão trouxe um exemplo no último fato relevante, considerando o preço de R$ 7,53 para as cotas do fundo.

Fonte: BTG Pactual

Dado que grande parte dos hedge funds imobiliários negociam com desconto em relação ao valor patrimonial atualmente, é possível que o BTHF11 sofra uma pressão vendedora nos primeiros dias de negociação na B3.

Ainda assim, diante do dividend yield projetado para o FII (na casa de dois dígitos) e do potencial de apreciação exposto acima (17,3%), a margem de segurança para este efeito é bem considerável. Inclusive, a cotação atual do BCFF11 pode representar uma oportunidade.

Próximos passos

Visando viabilizar os procedimentos de liquidação do fundo, a negociação em bolsa será suspensa a partir do dia 21 de outubro (hoje)

Além disso, os cotistas deverão informar à Administradora, entre os dias 19 de outubro e 12 de novembro, seus respectivos custos médios históricos de aquisição das cotas do BCFF11 para o devido tratamento tributário. Ressalto que o processo é importante para a apuração do imposto de renda que será retido no momento da amortização do fundo, caso haja ganho de capital. 

Caso o custo médio seja superior a R$ 8,81 por cota (patrimonial), o cotista ficará livre de recolhimento de imposto sobre ganho de capital e receberá a amortização integral do caixa (estimado em R$ 0,57 por cota). 

Abaixo desse valor, a administradora fará o cálculo entre o custo histórico do investidor e os R$ 8,81/cota, bem como o recolhimento de 20% sobre essa diferença a título de imposto de renda sobre ganho de capital.

O BTG preparou um manual para declaração do custo médio.

Após a fusão, o novo custo médio será de R$ 10,13 por cota para os investidores do BCFF11 (que não possuíam cotas do BTHF11 no momento da transação). 

Encerrado o procedimento, a entrega das novas cotas do BTHF11 está agendada para 13 de novembro, com o início das negociações em Bolsa previsto para o dia 18. O cronograma detalhado está disponível abaixo.

Fonte: BTG Pactual

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Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.

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