Hoje (13), antes da abertura do mercado, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou seus números do 1T24, que marcaram novos recordes históricos de receita e lucro, em linha com a expectativa. O forte crescimento do Investment Banking direcionou uma expansão de receita surpreendente (+23% anualmente), mesmo com o desempenho tímido do Sales & Trading.
Lucro líquido do BTG Pactual alcançou R$ 2,9 bilhões
O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,9 bilhões, crescendo 28% em comparação ao mesmo período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), uma medida que mostra quão eficientemente o banco usa o capital dos acionistas para gerar lucros, foi de 22,8% — isso é 1,9 pontos percentuais a mais do que no ano anterior.
Todas as fontes de receita do BTG apresentaram expansão
Grande destaque positivo do trimestre, a vertical de Investment Banking se recupera de um 2023 difícil, apoiada na retomada das emissões de renda fixa e na atividade recorde de fusões e aquisições. A receita da área foi de R$ 654 milhões, +41% sequencialmente e +151% anualmente, enquanto o banco continua líder desse mercado.
A frente de crédito, Corporate Lending & Business Banking, também teve uma forte expansão, de 6% na visão trimestral e 21% na anual, para R$ 1,4 bilhão. O crescimento veio do portfólio de crédito 6% e 27% maior nas visões trimestral e anual, respectivamente, enquanto os spreads continuam resilientes, após terem sido bem altos em 2023 em função do “apagão” de crédito gerado pelo “evento Americanas”.
A área de Asset Management, que concentra a gestão e administração de fundos dos clientes, viu sua receita crescer 13% em comparação ao trimestre anterior e 30% em comparação ao mesmo período do ano passado, para R$ 574 milhões, mesmo em um trimestre sazonalmente fraco (as taxas de performance são recolhidas no meio e no final do ano). A expansão se deve à captação líquida de R$ 20 bilhões no trimestre, o que impulsionou as taxas de administração, e à contribuição positiva das participações do banco em gestoras independentes.
Por sua vez, a frente de varejo & alta renda, Wealth Management & Personal Banking, foi impulsionada pela forte captação de recursos, de R$ 44 bilhões (dos quais R$ 16 bilhões vêm da aquisição da Órama, integrada ao balanço em março). Com isso, a vertical apresentou receita de R$ 879 milhões, +2% trimestralmente e +27% anualmente.
Com um desempenho mais tímido, Sales & Trading teve uma receita de R$ 1,4 bilhão (-3% t/t e -8% a/a), em razão do cenário macroeconômico desafiador. Mesmo assim, a receita consolidada cresceu 4% trimestralmente e 23% anualmente, para R$ 5,9 bilhões.
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Trimestre de forte crescimento e rentabilidade
O banco reservou mais dinheiro para bônus devido ao aumento das receitas, o que impactou temporariamente sua eficiência operacional, uma medida que compara as despesas com as receitas, mas que ainda assim está melhor que a média histórica.
Vale notar que o lucro antes dos impostos ficou substancialmente acima (+12%) da projeção média dos analistas, com expansão sequencial de 2% e anual de 26%. O lucro líquido acompanhou, com +1% sequencialmente e +28% anualmente, para R$ 2,9 bilhões, com a maior rentabilidade dentre os grandes bancos brasileiros: ROE de 22,8%.
O BTG Pactual entrega mais um trimestre de forte crescimento e rentabilidade, no que pode ser apenas o começo de um ótimo ano para o banco, dada a normalização gradual do ritmo do mercado de capitais. O preço atual das ações do BTG Pactual representa 2,6x o valor patrimonial do banco, um múltiplo que se justifica mais uma vez, dado seu desempenho superior ao dos pares. BTG Pactual (BPAC11) continua como um dos nossos top picks do setor financeiro e presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.
Observação: o Grupo Empiricus é controlado pelo BTG Pactual, o que pode reduzir a objetividade desta análise.