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BTG Pactual (BPAC11) entregou mais um resultado com recordes no 3T24; banco teve forte crescimento junto de rentabilidade

O ROE do BTG foi de 23,5%, expansão sequencial de 1,0 p.p. e anual, de 2,3 p.p., cumprindo o soft guidance de ficar acima do ano anterior.

Por Larissa Quaresma, CFA

12 nov 2024, 19:02 - atualizado em 12 nov 2024, 19:02

BTG Pactual BPAC11

Imagem: Divulgação/BTG Pactual

Nesta terça (12), antes da abertura do mercado, o BTG Pactual (BPAC11) reportou seu resultado do 3T24, que veio em linha com a expectativa e marca mais um período de forte crescimento com rentabilidade. O lucro líquido, de R$ 3,2 bilhões, cresceu 9% na visão trimestral e de 17% na anual, sustentado pela receita recorde e alavancagem operacional, com diluição das despesas. O ROE foi de 23,5%, expansão sequencial de 1,0 p.p. e anual, de 2,3 p.p., cumprindo o soft guidance de ficar acima do ano anterior.

Liderança em assessoria de fusões e aquisições na América Latina mantém receita sólida do Investment Banking

A receita de Investment Banking foi de R$ 380 milhões, o que representa contração de 32% em relação ao forte 2T, o segundo melhor da história do banco em emissões de renda fixa. Esse desempenho era esperado, principalmente diante do fechamento dos spreads no mercado de títulos privados.

Ainda assim, a vertical continua com uma receita sólida, sustentada pela liderança em assessoria de fusões e aquisições na América Latina. Enxergamos este trimestre como atípico em IB; tudo indica que as emissões de renda fixa devem voltar a ganhar volume nos próximos.

Corporate Lending & Business Banking do BTG bateu recorde de receita de novo

Já a vertical de Corporate Lending & Business Banking registrou mais um trimestre recorde, com R$ 1,7 bilhão em receita, +12% sequencialmente e +30% anualmente. O forte desempenho veio do ganho de participação de mercado em diferentes segmentos de empresas, com expansão sequencial de 8% da carteira de crédito, agora de R$ 210 bilhões. Vale mencionar que os spreads continuam saudáveis e a inadimplência, controlada; o que também ajudou. Nos spreads, a redução do custo de captação exerce um papel importante.

Sales & Trading também se destacou no 3T24

Sales & Trading, grande destaque positivo do trimestre, viu sua receita se expandir 21% sequencialmente e 15% anualmente, para R$ 1,7 bilhão. A expansão foi sustentada pela atividade de clientes, enquanto a exposição de risco medida pelo Value at Risk (VaR) foi ao menor patamar da história (0,17%).

Asset Management e Wealth Management & Consumer Banking alcançaram outro recorde histórico

Por sua vez, Asset Management fez um novo recorde histórico, com receita de R$ 606 milhões, +11% no trimestre e +30% no ano. Isso vem da forte captação, de R$ 31 bilhões, que foi principalmente ao serviço de administração de fundos e aos fundos de renda fixa geridos pelo banco. Além disso, houve contribuição positiva das participações minoritárias em gestoras independentes.

Wealth Management & Consumer Banking também registrou novos recordes, a começar pela captação orgânica de R$ 47 bilhões, a maior da série histórica. O banco continua ganhando participação de mercado nos segmentos de private banking e varejo alta renda. Com isso, a receita da vertical ultrapassou, pela primeira vez, a marca de R$ 1 bilhão.

Finalmente, a parte de Participations & Principal Investments teve receita de R$ 217 milhões, estável trimestralmente e com +38% na visão anual. A expansão foi sustentada pelos resultados do Banco Pan e da Too Seguros.

BTG Pactual teve um 3T24 muito resiliente

No todo, o trimestre mostra a resiliência e a qualidade da operação do BTG, que entrega mais um resultado sólido, com alta rentabilidade, mesmo com a contração do Investment Banking. Ademais, o banco anunciou um programa de recompra de R$ 2,0 bilhões, equivalente a 1,6% do valor de mercado, a ser executado em até 18 meses. Entendemos que isso faz sentido diante do valuation atrativo: BPAC11 negocia a 2,3x seu valor patrimonial. Por isso, mantemos BTG como recomendação de compra.

Observação: o Grupo Empiricus é controlado pelo BTG Pactual, o que gera um conflito de interesse inerente a esta análise, cuja objetividade/independência pode ser reduzida.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.