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BTG Pactual (BPAC11) tem recorde de lucro líquido no 4T23, associado a crescimento das áreas de negócio e controle de despesas

ROE do BTG Pactual bateu 23,4% contra o trimestre anterior e 22,7% em comparação anual; veja os números em detalhes

Por Larissa Quaresma, CFA

05 fev 2024, 10:09 - atualizado em 05 fev 2024, 14:42

BTG Pactual BPAC11
Imagem: Divulgação/BTG Pactual

Nesta segunda-feira (5), antes da abertura do mercado, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou seus números do 4T23, que vieram acima da expectativa e marcam mais um recorde de lucro líquido: R$ 2,9 bilhões (+4% trimestralmente), com ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 23,4%, ganho sequencial de 0,2 ponto percentual.

O forte crescimento das áreas de negócio, principalmente nas franquias de clientes, combinado com o controle de despesas, gerou alavancagem operacional e ganho de rentabilidade no ano fechado, cujo lucro líquido foi de R$ 10,4 bilhões, com ROE de 22,7%, +1,9 p.p. versus 2022.

Menos emissão de dívidas, maior estabilidade de receita

A receita total ficou estável na comparação trimestral, em R$ 5,7 bilhões. A estabilidade se deve ao menor volume de emissão de dívidas no Investment Banking (-21%), após um forte 3T; o que foi compensado pelo bom crescimento das áreas de Asset Management (+9%) e Wealth Management & Consumer Banking (+9%). Essas duas últimas foram impulsionadas pela captação de recursos líquida de R$ 41 bilhões no trimestre. 

Já na visão anual, a expansão da receita total foi de 56%, puxada pela recuperação da vertical de Corporate & SME Lending (+1.187%), que teve seu 4T22 afetado pelo provisionamento da inadimplência de Americanas – sem esse efeito, a área teria crescido 10%. Entretanto, as demais verticais também tiveram uma forte expansão, com destaque para Sales & Trading (+24%), Asset Management (+18%) e Wealth Management & Consumer Banking (+26%), essas duas últimas impulsionadas pela captação líquida de R$ 205 bilhões no ano e ganho de participação de mercado no varejo de alta renda. A exceção foi o Investment Banking (-4%), que ainda está abaixo do potencial, mas que, no ano fechado (-12%), teve um desempenho substancialmente melhor que o inicialmente sinalizado pela gestão do banco.

Forte controle de despesas

A companhia mostrou um forte controle das despesas no 4T, com queda trimestral de 5% e alta anual de 20%, abaixo da expansão de receita. Com isso, o índice de eficiência, que relaciona as despesas operacionais com a receita, ficou em 36%, 2 p.p. e 10 p.p. melhor nas comparações trimestral e anual, respectivamente.

A linha final, como explicitado anteriormente, ficou em R$ 2,9 bilhões no trimestre e R$ 10,4 bilhões no ano, com ganho de ROE em ambas as visões.

Esse resultado está substancialmente acima do que a gestão havia sinalizado no começo do ano passado, corroborando a tese de BPAC11 como “All Weather Stock”, já que 2023 não foi um ano exatamente fácil para o mercado de capitais.

O que esperar de BTG Pactual em 2024?

Olhando para 2024, esperamos que a continuidade dos cortes de juros continue a contribuir para a recuperação do mercado de capitais, o que deve impulsionar as diversas verticais do banco, em especial o Investment Banking e o Wealth Management & Consumer Banking, gerando ainda mais alavancagem operacional e ganho de rentabilidade. Negociando a 2,8x seu valor patrimonial, seguimos com recomendação de compra para BPAC11, presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.

Observação: o Grupo Empiricus é controlado pelo BTG Pactual, o que pode reduzir a objetividade desta análise.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.