Nesta quarta-feira (8), antes da abertura do mercado, o BTG Pactual (BPAC11) divulgou seus números do 3T23, que vieram acima da expectativa.
ROE do BTG Pactual chegou a 23,3%, superando expectativas
A importante recuperação do Investment Banking e o forte crescimento de Wealth Management & Consumer Banking compensaram a desaceleração de Sales & Trading, levando o lucro líquido ajustado para um novo recorde, de R$ 2,7 bilhões, alta trimestral de 6%, e anual, de 19%. O ROE superou as expectativas: ficou em 23,3%, evolução de 0,5p.p. contra o trimestre anterior, e de 1,2p.p. contra o mesmo período do ano passado.
A recuperação das emissões de crédito fortaleceu a receita de Investment Banking, que foi de R$ 590 milhões (+93% trimestralmente e +12% anualmente). A evolução anual é uma surpresa positiva e torna a vertical um dos destaques do tri, já que a companhia guiava, no começo do ano, para um IB ainda ~20% abaixo do ano passado – no acumulado de 9 meses, o IB está 15% abaixo.
Carteira de crédito ampliou 4% no 3T23
A carteira de crédito se expandiu em 4% no trimestre, para R$ 161 bilhões, com destaque para o portfólio de PMEs (+18%). Isso fez com que a receita de Corporate & SME Lending atingisse R$ 1,3 bilhão, alta trimestral de 4%, acompanhando a carteira de crédito, e anual, de 41%. Importante notar que a originação continua com os mesmos altos spreads alcançados no 1o tsemestre.
Já a vertical de Sales & Trading se desacelerou, em razão do cenário internacional desafiador no período. A receita foi de R$ 1,5 bilhão, -23% trimestralmente e +5% anualmente, ajudada por uma compensação vinda das atividades de clientes. Vale salientar que o nível de risco (VaR) adotado na tesouraria foi menor, o que contribuiu para a folga de capital gerada no balanço.
Por outro lado, a captação de recursos do Asset Management atingiu o melhor nível do ano, mesmo com o cenário desafiador: R$ 28 bilhões, levando os Ativos sob Gestão e Administração para R$ 808 bilhões. Acompanhando a evolução dos ativos, a receita da vertical foi de R$ 467 milhões (+9% t/t e +15% a/a), embora com um RoA menor na visão anual, pois a captação foi mais forte em Administração Fiduciária, Renda Fixa e Alternativos.
Outro destaque positivo, o Wealth Management & Consumer Banking captou R$ 31 bilhões no trimestre, levando o Patrimônio sob Gestão para R$ 666 bilhões, o que chama atenção diante da captação orgânica fraca da XP (R$ 14 bilhões) no mesmo período. Com isso, a receita foi recorde pelo 19º trimestre consecutivo: R$ 792 milhões (+9% trimestralmente e +21% anualmente). O RoA ficou estável no trimestre, mas ainda menor na visão anual, pelo fato de a captação continuar concentrada em produtos de Renda Fixa.
Por fim, a parte de Principal Investments & Participations teve receita de R$ 48 milhões, queda trimestral de 33%, em função da menor contribuição dos seed investments, mas com evolução anual de 17%.
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Despesas operacionais se mantiveram estáveis
As despesas operacionais ficaram estáveis no trimestre, mesmo com o ganho de receita, o que levou a uma redução sequencial de 1p.p. no índice de eficiência, que foi de 38%. Por sua vez, a alíquota de imposto corporativo ficou estável. Com isso, o lucro líquido foi de R$ 2,7 bilhões, com ROE de 23,3%.
Qual a avaliação do resultado do BTG Pactual (BPAC11)?
Fica claro que o BTG Pactual continua seguindo à risca a estratégia de diversificar a sua receita em direção a ⅓ proveniente de Tesouraria, ⅓ de áreas de atacado (IB e crédito) e ⅓ em franquias de clientes (Wealth, Asset e Consumer Banking). Ademais, o soft guidance dado no início do ano, de que o ROE de 2023 seria acima do de 2022 (20,9%), parece estar sendo cumprido: no acumulado de 2023, o indicador já está em 22,4%. Em um mercado ainda desafiador, a companhia continua ganhando participação de mercado, alavancagem operacional e rentabilidade. Negociando a 2,7x seu valor patrimonial, um prêmio novamente justificado pelos resultados, BPAC11 segue presente em diversas carteiras recomendadas pela Empiricus Research.
Observação: o Grupo Empiricus é controlado pelo BTG Pactual, o que gera um conflito de interesse inerente a esta análise, cuja objetividade/independência pode ser reduzida.