Ontem (1º), após o fechamento do mercado, a Cielo (CIEL3) divulgou seus números do 2T23, que vieram em linha com o esperado.
Cielo continua em expansão
O volume total processado (TPV) intensificou a desaceleração vista no trimestre anterior, e, mais uma vez, o lucro foi impulsionado pela reprecificação das taxas, e maior penetração dos produtos de prazo e esforços de eficiência. A linha final, assim, ficou em R$ 486 milhões, expansão anual de 27% e entregando o oitavo trimestre consecutivo de crescimento.
O TPV continua se desacelerando, desta vez com mais intensidade: na Cielo Brasil, caiu 11% na comparação anual, e na Cateno, subiu 2%. Isso reflete não só a desaceleração do varejo, mas também, provavelmente, a redução de 14% na base de clientes da Cielo Brasil.
Por outro lado, houve melhora do yield (percentual do TPV que se transforma em receita), em função dos esforços continuados de reprecificação e aumento da participação do cartão de crédito no TPV. Ainda, ajudaram os efeitos do novo limite na tarifa de intercâmbio do cartão de débito – o que é ruim para os emissores do cartão, mas bom para os adquirentes, já que “sobra” mais taxa ao final para o dono da maquininha. Com isso, a receita líquida ficou em R$ 2,6 bilhões, com alta anual de 4%.
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Ebitda consolidado e lucro líquido cresceram na comparação anual
O crescimento das despesas de pessoal, em função da expansão da equipe comercial e do acordo salarial coletivo, foi compensado por menores custos de transação e racionalização do atendimento. Assim, o Ebitda consolidado fechou o trimestre em R$ 1,0 bilhão (+14% a/a), com margem de 39,6% (+3,6 p.p. anualmente).
Os produtos de prazo que a companhia oferece aos comerciantes (Receba Rápido e Antecipação de Recebíveis) manteve a alta penetração mostrada no tri anterior, de 26% do TPV de cartão de crédito da Cielo Brasil. Isso, na comparação anual, representa uma expansão de 3,9 p.p., impulsionando o lucro líquido recorrente para R$ 486 milhões (+27% a/a).
A precificação mais racional e o controle de gastos têm rendido seus frutos na rentabilidade da Cielo. Entretanto, a tendência negativa no TPV é clara, o que nos faz questionar o potencial de crescimento da companhia no curto e médio prazos, especialmente diante de uma atividade fraca no varejo brasileiro.
Negociando a 6x seu lucro estimado para 2024, temos uma recomendação neutra para Cielo (CIEL3).