Na quinta-feira (27/04), após o fechamento do mercado, a Cielo (CIEL3) divulgou seus números do 1T23, que vieram em linha com a expectativa.
O volume total processado (TPV) nas maquininhas arrefeceu o crescimento; mas, mais uma vez, o reapreçamento das taxas e o esforço de eficiência levaram a uma melhoria na rentabilidade. Com isso, o lucro líquido atingiu o 7o trimestre consecutivo de expansão em bases anuais.
O TPV teve uma desaceleração importante: cresceu 1% no caso da Cielo Brasil, e 8% no da Cateno, em bases anuais – no 4T22, os crescimentos haviam sido de 23% e 10%, respectivamente.
Entretanto, houve mais um crescimento de yield (proporção do TPV que se transforma em receita) na Cielo Brasil, de +0,12 p.p., em razão do reapreçamento das taxas, além de uma participação maior do cartão de crédito na Cateno. Isso fez com que a receita líquida consolidada se expandisse em ritmo maior que o TPV: +17%, para R$ 2,6 bilhões.
Na linha de custos e despesas, a expansão relevante das equipes comerciais foi parcialmente compensada por iniciativas de eficiência, como diminuição das despesas de marketing, menores custos de postagem e mais racionalidade nas campanhas de incentivo às bandeiras.
Com isso, os custos e despesas totais cresceram abaixo da receita, gerando um EBITDA consolidado de R$ 994 milhões, com margem de 38,7% – expansão de 12,9 p.p. anualmente, e de 0,5 p.p. trimestralmente.
Lucro líquido da Cielo no 1T23 apresenta alta de 139%
O lucro líquido, por sua vez, foi de R$ 441 milhões, com alta anual de 139%. A linha final foi ajudada pela maior penetração de produtos de prazo, o que mais que compensou o custo da dívida mais alto, por conta da Selic majorada. O índice de alavancagem permanece saudável, em 1,0x dívida líquida / EBITDA.
A evolução dos fundamentos é notável, e exerce seus efeitos nos resultados da companhia. Entretanto, depois do rali de 60% nos últimos 12 meses, entendemos que CIEL3 está bem precificada.
A Empiricus Research tem uma recomendação neutra para a ação.