Prevalece o clima de cautela no mercado nesta quarta-feira (27/04). Os futuros das bolsas de Wall Street ensaiavam uma leve alta logo cedo. Depois, na abertura, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq transitavam moderadamente no campo positivo, em certa medida uma recuperação depois de um período de perdas.
Os investidores digerem o resultado decepcionante de Alphabet (GOGL34), que teve lucro líquido de US$ 16,4 bilhões no primeiro trimestre, abaixo dos US$ 17,9 registrados no mesmo período do ano passado e aquém das expectativas dos agentes financeiros. Porém, os números da Microsoft (MSFT34) vieram bons, contrabalançando – um lucro líquido de US$ 16,7 bilhões no 1T22, uma alta de 8%, superior ao esperado. Especificamente, a Nasdaq vive um bear market, segundo Felipe Miranda, co-CEO da Empiricus.
No cenário, prosseguem as preocupações com os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, além da escalada da inflação. “A Rússia bloqueou o fornecimento de gás para a Polônia e a Bulgária exigindo pagamento em rublo. Assim, os preços do petróleo e do gás sobem”, disse o analista nesta segunda-feira (25/04) em seu grupo no Telegram Ideias Antifrágeis , canal direto que mantém com os assinantes da casa.
A notícia positiva é a intenção do presidente da China, Xi Jinping, de lançar um plano de infraestrutura. “Há sinalizações positivas de Xi Jinping com planos promissores de infraestrutura e combate à Covid. Isso alimenta a alta do minério de ferro e traz melhor prognóstico para o setor de metais e mineração”, destaca Felipe. Se essa história se desenrolar, de fato, tenderá a beneficiar Vale (VALE3) e Gerdau (GOAU4).
No Brasil, alguns fatos relevantes e resultados corporativos…
Para Felipe Miranda, o resultado da Weg (WEGE3) no 1T22, demonstra a consistência da companhia especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas.
A Weg registrou lucro líquido de R$ 943, 9 milhões, uma alta de 23,5% na comparação anual. Esse valor superou os R$ 894 milhões que eram esperados pelo mercado, de acordo com projeções reunidas pela Bloomberg.
Ele comentou também sobre o desempenho favorável da Neoenergia (NEOE3). A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão no 1T22, uma alta de 20% ano contra ano. Conforme ele, o setor é defensivo e tem ações de qualidade, com boa combinação entre risco e retorno.
“O setor elétrico me parece um porto seguro, acho que tem ações muito atraentes. A Eneva (ENEV3) e a Coelce (COCE3) são minhas favoritas, mas tem outras como Equatorial (EQTL3) e Alupar (ALUP11)”, avalia.