Conforme anunciado nesta terça-feira (22) pela manhã via fato relevante, a Enel, controladora da Coelce (COCE5), apresentou seu Plano Estratégico para o período de 2023-2025.
Dentre as várias medidas planejadas, foi contemplada a possibilidade de alienação do controle acionário da companhia. Enxergamos esse movimento com bons olhos e um potencial de valorização atrativo, tomando-se como base os múltiplos dos últimos movimentos no segmento.
Recapitulando, no final de setembro a Equatorial (EQTL3) anunciou a compra da CELG-D, distribuidora de energia do estado de Goiás que era detida pela Enel. Conforme o anunciado, a transação foi de R$ 1,6 bilhão e a Equatorial assumiu a dívida líquida de R$ 5,9 bilhões da CELG-D.
Em nossos cálculos, a Equatorial conseguirá o reconhecimento de aproximadamente 85% do capex investido pela Enel na próxima revisão tarifária a ocorrer nos próximos meses. Dessa forma, a RAB saltaria para R$ 7,3 bilhões e o valor da firma, se considerarmos eventuais passivos passaria para algo próximo a R$ 9 bilhões. Com isso, teríamos um múltiplo de valor da firma sobre o RAB da CELG-D em 1,2 vezes – muito atrativo e que levou a uma reprecificação da Equatorial em Bolsa na data de divulgação.
COCE5 segue como recomendação da Empiricus
Já considerando a alta do papel hoje no momento em que escrevo (+17%), a companhia está negociando a 1 vez valor da firma sobre o RAB, ou seja, a um múltiplo mais atrativo do que essa última transação, mesmo sendo operacionalmente melhor do que a CELG-D.
Embora ainda não esteja claro de quem seriam os potenciais interessados e nem os valores envolvidos, o fato de a Enel demonstrar interesse no desinvestimento do papel já é uma boa notícia. A Coelce (COCE5) segue como uma indicação de algumas séries da Empiricus.