A Coelce (COCE5), companhia cearense que atua na geração, distribuição, transmissão e comercialização de energia elétrica, registrou maior geração de caixa operacional no 1T22, ao alcançar uma margem Ebitda de 17,42%, crescimento de 0,91% ponto percentual frente ao 1T21.
Para os analistas da Empiricus, Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos, da carteira Microcap Alert, os resultados vieram sem surpresas relevantes, com a companhia conseguindo manter suas margens e receita líquida crescendo 27% na comparação com 2021.
A observação consta em relatório aos assinantes, no qual os especialistas em small caps também apontam o fechamento de capital da Coelce como possível.
A hipótese dos analistas se baseia na recente autorização do Tribunal de Contas da União (TCU) ao processo de desestatização da Eletrobras, o que, por sua vez, abre caminho para a Oferta Pública de Aquisição (OPA) para a ação da Coelce pela sua controladora, a Enel Brasil que detém 74,05% do capital.
Resultados balanceados
Como esclarece Fensterseifer, frente ao 4T21, a Coelce registrou queda no volume de energia ofertado ao mercado, por conta de uma tendência histórica de desaceleração das atividades industriais e comerciais. “Juntas, elas representam cerca de 21% do total da venda de distribuição de energia da COCE5”, pontuou.
No que concerne ao segmento de unidades residenciais de baixa renda, a oferta de energia pela companhia teve aumento em relação ao quarto trimestre de 2021. No entanto, segundo Matos, na comparação anual, o volume de energia distribuído ficou praticamente estável em todos os segmentos, uma vez que o número de consumidores não sofreu grandes oscilações no ano.
“O ponto de atenção do trimestre vai para a queda de arrecadação, saindo de 99,3%, no 1T21, para 97,7%, no 1T22”, pontua o analista. A explicação para essa queda de 1,6 ponto percentual na arrecadação da distribuidora cearense reside na Resolução Normativa 878/20 da Aneel, que suspendeu temporariamente os cortes de energia para clientes inadimplentes.
Apesar da dificuldade em realizar cobranças, a Coelce conseguiu manter sua eficiência no trimestre, entregando uma margem Ebitda de 17,42%, com o Ebitda crescendo 34% neste período. “Com maior geração de caixa, houve uma diluição de sua alavancagem financeira, ou seja, a diminuição do seu endividamento”, esclarece Fensterseifer.
O que a desestatização da Eletrobras pode significar para Coelce?
Com a recente aprovação do modelo de privatização da Eletrobras, maior empresa em geração de energia elétrica do Brasil, pelo plenário do TCU, por 7 votos a 1, a Enel Brasil terá carta verde para possível fechamento de capital da Coelce.
A hipótese é trabalhada pelos analistas da Microcap Alert, que avaliam como positiva oferta pública das ações da companhia cearense pela sua controladora.
“Isso, pois, partimos da premissa de que faria mais sentido em termos de geração de valor para Coelce”, argumenta Matos. Conforme apuração da Empiricus, a Enel Brasil realizou, em 2014, uma tentativa de encerramento das negociações das ações da Coelce, mas sem sucesso.
Como avaliou Henrique Florentino, analista da Empiricus, a tentativa não teve êxito, pois a Eletrobras usa as ações que detém da distribuidora nordestina como garantia em processos judiciais.
No entanto, com o avanço do processo de privatização da estatal elétrica, que poderá ser concluído ainda em junho, a Enel Brasil poderá avaliar o eventual encerramento das operações da COCE5 na Bolsa, como observaram os analistas.
Ainda não é assinante da Microcap Alert?
Nessa série coordenada pelos analistas Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos, você pode conhecer várias recomendações de ações promissoras para o médio e longo prazo.
Além disso, terá acesso a diversos conteúdos como podcasts, vídeos e relatórios semanais.
Clique aqui e fique por dentro.