Nesta terça (12), foi anunciado que, após três anos, Maurício Teixeira deixa o cargo de CFO da Hapvida (HAPV3) para integrar o conselho da companhia a partir de 1º de janeiro de 2024. Com isso, Luccas Augusto Adib, atual diretor de mercado de capitais, assumirá o cargo interinamente.
Teixeira vinha tocando há quatro anos a agenda de fusão e integração de melhorias operacionais da companhia e Adib atuou no IPO (Oferta Pública Inicial) da Hapvida em 2018, quando ainda era advogado no escritório Mattos Filho. Para o CEO Jorge Pinheiro, ele de fato é o principal candidato para ocupar permanentemente a função de CFO a partir do ano que vem.
A ação de Hapvida na Bolsa chegou a cair 4% no início do pregão de hoje (12), mas retornou para o “zero a zero” por volta das 13h.
Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, o mercado foi pego de surpresa com essa notícia. “Para uma companhia com mais de 9 milhões de beneficiários, uma comunicação um pouco atabalhoada, como aconteceu, surpreende mesmo o mercado, principalmente sabendo que Maurício Teixeira estava tendo um papel importante na empresa. Por outro lado, ele foi alçado para o Conselho, então dilui o risco de esvaziamento da companhia“.
Ferrer ainda ressalta o quanto ruídos de curto prazo podem ser ruins para o papel e provocar dúvidas e “resistência” dos investidores, principalmente considerando os preços descontados das ações brasileiras.
Independentemente da mudança no cargo, para o analista, o “caminho de inflexão está dado para Hapvida”. “Isso é fruto dos últimos trimestres, mas deve se acentuar nos próximos”, afirma.
Todos os estudos da Empiricus Research, ele conta, mostram um índice de sinistralidade (uso dos planos de saúde por parte dos beneficiários) abaixo dos 70%. A companhia mira em uma taxa de 68%.
“A Hapvida também tem conseguido repassar preço e tem endereçado a questão da alavancagem. Parece que tem a possibilidade da companhia fazer alguns follow-ons para zerar a alavancagem. Tudo isso, juntando com o ciclo de queda dos juros, tende a aumentar a geração de caixa. Esse trabalho vai aparecer mais claramente nos resultados do primeiro trimestre de 2023 e nossa tese de longo prazo não muda muito“.
Por fim, o analista recomenda uma posição de no máximo 5% para o ativo no portfólio.