O mais importante é que você diversifique. Isso diminui o seu risco. Como diz o velho clichê, não coloque todos os ovos na mesma cesta.
RESERVA DE EMERGÊNCIA
Em primeiro lugar, uma fatia desse valor deve ser a sua reserva de emergência, para o caso de algum imprevisto acontecer e você precisar do dinheiro imediatamente. Você pode ficar doente, por exemplo, ou perder o emprego. Pense, por exemplo, em deixar R$ 10 mil ou R$ 20 mil na poupança ou em alguma aplicação que você possa sacar rapidamente, como um fundo DI (que compra títulos de renda fixa do governo).
Vamos então ao resto do dinheiro.
AÇÕES
Uma carteira diversificada e cautelosa implicaria uma fatia minoritária desse dinheiro em ações (algo como 20% ou 30%).
Ações têm maior potencial de valorização do que outros ativos. Elas representam uma empresa, da qual você passa a ser sócio. Empresas podem crescer exponencialmente. Quando tem sucesso, elas dobram, triplicam, multiplicam seu tamanho por dez. Há pessoas trabalhando o dia inteiro lá para isso. Podem fracassar, mas estão tentando. Imóveis, por exemplo, podem se valorizar muito, mas você nunca viu um apartamento se tornar um prédio inteiro, fazer fusão com o vizinho etc.
O problema é que ações têm alta volatilidade, o que significa que o mercado pode se tornar pessimista meio de repente e as cotações podem cair. Se você botar todo o seu dinheiro em ações, estará muito exposto a essas oscilações e vai sofrer bastante em uma eventual queda.
Quais ações comprar? Você pode comprar um índice que replica todas as ações mais importantes da Bolsa (como o BOVA11) ou escolher algumas. A Empiricus tem uma carteira chamada As Melhores Ações da Bolsa, na qual os nossos analistas, após estudarem em detalhes as empresas, apresentam as que têm mais potencial.
RENDA FIXA
Tenha outros 30% do dinheiro em renda fixa. A rentabilidade vai ser menor, especialmente nestes tempos de juros baixos, mas aqui a chance de você perder dinheiro é muito pequena se tiver alguns cuidados.
Há vários produtos: CDBs, LCAs, LCIs, oferecidos por diversas instituições financeiras — na prática, em todos eles você está emprestando para os bancos. Esse dinheiro, até o limite de R$ 250 mil por CPF por banco, é garantido por uma instituição chamada Fundo Garantidor de Crédito caso o banco venha a quebrar.
Em geral, produtos que não oferecem liquidez (você precisa esperar o vencimento daqui um ou dois anos para poder sacar o dinheiro, por exemplo) entregam maior rentabilidade. Avalie qual a possibilidade de você precisar do valor antes do prazo.
Você pode emprestar dinheiro para o próprio governo também, por meio do Tesouro Direto ou por fundos especializados nisso.
Ainda no campo da renda fixa, tome bastante cuidado com fundos de crédito privado (que emprestam para empresas) ou com debêntures (títulos de dívida emitidos por empresas): estes não são garantidos pelo FGC. Se houver falência dos devedores, você pode perder o dinheiro.
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Você pode ter ainda uma fatia (sugerimos algo como 15%) do seu dinheiro em fundos imobiliários.
É uma maneira mais esperta da investir em imóveis sem ter de comprá-los diretamente. Imóveis têm uma série de problemas. O mais importante é a falta de liquidez: você pode levar muitos meses até conseguir vendê-los. Paga-se muito também em corretagem e impostos de transferência. Por fim, caso eles fiquem vazios, o locador perde toda a renda no período.
Fundos compram imóveis, e investidores compram as cotas dos fundos. Isso significa que você é proprietário indiretamente, mas com algumas vantagens. As cotas podem ser negociadas a qualquer momento em Bolsa, dando saída fácil. Como são vários imóveis, é improvável que todos fiquem vazios ao mesmo tempo, dando previsibilidade à renda. Fundos imobiliários são também isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Há ainda a gestão profissional, o que permite todo tipo de ganho, desde melhores negociações de valores de aluguel à manutenção dos imóveis.
A Empiricus têm uma série chamada Renda Imobiliária, com uma carteira de fundos sugeridos. Entre os maiores fundos imobiliários do país, estão KNRI11, BRCR11 e HFOF11.
PROTEÇÕES
Avalie colocar 10% do seu patrimônio em dólar, ouro ou, melhor ainda, fundos de ouro cotados em dólar (disponíveis em plataformas como a Vitreo ou o BTG).
Ter reservas em moeda estrangeira o protege caso o real se desvalorize. Lembre que boa parte dos gastos da classe média são atrelados ao dólar: de eletrônicos importados a viagens internacionais de férias. Se o dólar fica mais caro, você fica mais pobre. Ter dólares é uma forma de tentar compensar isso.
O ouro é uma proteção ainda maior: como os governos do mundo, nos últimos anos, imprimiram dinheiro à toda carga, o ouro serve para tentar evitar perder com um ressurgimento global e forte da inflação. Além disso, historicamente o ouro tem correlação negativa com as ações. Isso significa que, quando as ações caem, o ouro tende a subir. Ações vão bem em momentos de maior propensão a risco, enquanto o ouro é uma opção mais defensiva. Como você terá parte da sua carteira em ações, o ouro serve aqui também como contrapeso.