Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de novembro registrou alta de 0,313% m/m, em linha com as expectativas dos economistas e acima da leitura anterior (0,2% m/m). No acumulado de 12 meses, o indicador geral também subiu (2,7% versus 2,6%), em conformidade com as projeções de mercado. O dado marcou a primeira aceleração consecutiva na taxa anual.
CPI dos EUA avança indicando inflação acima da meta do Fed
A medida de núcleo, que exclui alimentos e energia, manteve-se firme com um avanço de 0,308% m/m, atingindo 3,3% no acumulado do ano — um nível ainda distante da meta de 2% do Federal Reserve, Banco Central dos EUA.
Na composição, os custos de habitação foram novamente os maiores responsáveis pelo aumento do CPI. Apesar disso, o índice de aluguel equivalente ao proprietário avançou apenas 0,2%, abaixo das expectativas e a menor variação desde o início de 2021.
Por outro lado, o “super-núcleo” (núcleo de serviços excluindo aluguéis) mostrou uma alta de 0,342% m/m, o que representa uma inflação ainda bastante alta de 4,2% na comparação anual. A média móvel de 3 meses atingiu 4,3% e a de 6 meses rompeu novamente o patamar de 3%.
Desinflação americana perde força
De maneira geral, o dado confirma que a desinflação perdeu força nos últimos meses. Embora a trajetória ainda esteja dentro das expectativas do mercado, a média de três meses do núcleo do indicador de preços atingiu 3,66%, bastante acima do menor patamar do ano registrado em julho (abaixo de 2%).
A leitura não apaga a perspectiva de que o Fed ainda deve reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base na reunião marcada para amanhã (18), contudo, a desaceleração gradual observada nos componentes mais voláteis pode levar a um ritmo mais cauteloso de flexibilização monetária por parte do Federal Reserve em 2025.
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Europa segue ritmo de corte de juros no BCE
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa de juros em 25 pontos-base, para 3%, pela terceira vez consecutiva. A decisão já era amplamente esperada pelo mercado, mas o comunicado adicionou um tom mais brando (dovish) ao remover a referência à manutenção de uma política “suficientemente restritiva pelo tempo necessário”. Além disso, o documento também mostrou maior convicção em relação ao progresso do processo desinflacionário.
Em coletiva de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou que os riscos para o crescimento permanecem inclinados para o lado negativo e enfatizou que a direção da política estava “muito clara”, mas não sinalizou nenhuma urgência em prosseguir em um ritmo mais rápido. Por isso, o mercado precifica cerca de 125 pontos-base de flexibilização até o final do ciclo.
No Brasil, BC contrata ciclo de alta mais intensa para Selic
No extremo oposto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil acelerou a alta da Selic ao entregar uma elevação de 100 bps na última reunião deste ano, elevando a taxa básica de juros para 12,25% a.a.. A decisão foi unânime e veio acima das estimativas dos economistas, que esperavam uma alta de 0,75 bps, embora os traders já precificassem maior probabilidade de uma alta mais agressiva.
O comunicado reforçou um tom claramente mais duro (hawkish) do que o esperado, ao destacar a continuidade do ritmo de alta com a prescrição futura (forward guidance) de 100 pontos-base nas próximas duas reuniões. Em outras palavras, o Banco Central indicou a Selic em 14,25% até março de 2025 — o maior patamar desde 2016.
Embora a decisão da autarquia tenha sido bastante importante e condizente com o cenário atual, a deterioração do mercado continua se agravando notoriamente. Ontem (16), o presidente Lula falou em entrevista que a única coisa errada no país é a taxa de juros. Nem mesmo a sangria do real tem comovido as autoridades. O dólar acima de R$6 já nem parece incomodar Brasília.
Sem sequer o reconhecimento de que existe um problema, não há que se esperar qualquer mudança.
Por isso, os traders precificam mais uma aceleração no ritmo de alta da Selic para 125 pbs em janeiro e a curva de juros futura já precifica uma taxa terminal de 16,25% ao ano.
Há menos de um mês alertamos em um dos nossos relatórios semanais que o último ciclo de alta da Selic poderia não representar um teto para a trajetória atual das taxas domésticas. Não sei vocês, mas por aqui já bateu a saudade da Selic a 13,75% ao ano.
No cardápio desta semana, reconhecemos que, embora o momento favoreça títulos pós-fixados, consideramos que o título prefixado indicado hoje (17) pode ser uma boa oportunidade para quem tem pouca exposição a essa classe. Com risco de crédito muito baixo e isenção de IR, o título nos parece oferecer previsibilidade e uma taxa bastante atrativa para o investidor.
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Cardápio da semana
Características da LCA pós-fixada do ABC Brasil | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 5 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/12/2027 (1080 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 95,00% do CDI |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da LCI prefixada do Banco Itaú | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Itaú |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 20/04/2026 (489 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 14,06% ao ano |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | após 276 dias |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 13h |
Características do CDB pós-fixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/12/2027 (1080 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 114,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 17 de dezembro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (17).
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.