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Conflito entre Hamas e Israel: os possíveis desdobramentos e a importância de uma carteira bem protegida e diversificada

Diversificação e hedges clássicos permitem menos volatilidade em momentos de tensão como o atual; saiba mais

Por Equipe Empiricus

09 out 2023, 18:21 - atualizado em 09 out 2023, 18:23

O ataque sem precedentes do grupo extremista islâmico Hamas a Israel, no último sábado (7), marcou um dos mais sensíveis momentos da questão histórica que envolve a região. 

Com o devido respeito à questão humanitária e as inúmeras perdas que envolvem o ocorrido e seus desdobramentos, a Empiricus vem esclarecer ao seu público as possíveis consequências do conflito no que se refere à economia. 

A região é de suma importância para a economia global do ponto de vista energético. Além disso, os países que podem tomar partido a favor do Hamas – em especial Irã e o grupo Hezbollah, do Líbano – deixam o alerta ligado com relação a uma possível escalada do conflito, explica o analista macroeconômico da Empiricus Research, Matheus Spiess.

O que está em jogo são os pensamentos de segunda ordem e quem poderia se envolver. Tivemos indícios de que o Irã teria autorizado e ajudado a coordenar os ataques do final de semana, o que foi negado pelo país. Mas isso gera um incômodo no Oriente Médio”.

Aparentemente, avalia o analista, a coordenação tem intenção de atrapalhar as negociações comandadas pela ONU e pelos Estados Unidos de aprimoramento das relações entre Israel e Arábia Saudita. Ambos têm o Irã como inimigo em comum.

“Pausa a negociação de relação entre Israel e Arábia e pausa o acordo nuclear entre EUA e Irã. Inúmeras frentes diplomáticas na região que estavam ganhando progresso ao longo dos últimos anos perdem completo corpo, e aí você coloca um prêmio muito grande na cadeia de suprimento do petróleo”, afirmou Spiess.

Petroleiras avançam no primeiro pregão depois do ataque do Hamas a Israel

Por conta do avanço do petróleo, as petroleiras listadas em bolsa dispararam no pregão de segunda-feira (9). A estatal Petrobras (PETR4) apresentou alta de 4,3%, enquanto as juniores Prio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) dispararam 8,7% e 6%, respectivamente.

Das petrolíferas acima, a 3R Petroleum é a recomendação da Empiricus Research

“O petróleo vinha sofrendo na última semana depois de ganhar muito terreno de junho a setembro. Agora você tem um choque para cima de preços, que pode inclusive ganhar mais espaço”, avalia o analista.

Alta do petróleo liga alerta com relação à inflação global

Caso a tendência de alta do petróleo se mantenha, o que ainda não é óbvio, a expectativa de inflação será prejudicada e o trabalho das autoridades monetárias globais pode sofrer ajustes

“Em especial o Federal Reserve, nos EUA, que vinha no trabalho de ancorar melhor as expectativas de inflação. Em sendo o caso, você cria esse movimento de alta dos juros lá fora, cria uma valorização do dólar e desvalorização dos ativos [de risco]”, afirmou Spiess.

Aqui no Brasil, o analista afirmou ser cedo para avaliar os possíveis impactos do conflito na trajetória de queda da taxa básica de juro brasileira. No entanto, ao menos no curto prazo, ele acredita que os cortes de 50 pontos-base devem continuar nas duas reuniões que restam no ano.

“O que mais importa é como o banco central americano vai responder essa desancoragem das expectativas da inflação e como os dados da atividade norte-americana podem afetar a ponta longa da curva. Isso sim é relevante para a condução da política monetária brasileira”.

Hedges são importantes em momentos como este

Com a aversão à risco causada pelo conflito – ao menos em um primeiro momento -, os investidores recorrem aos hedges clássicos. O principal deles é o ouro, reserva de valor mais tradicional da história da humanidade. 

Além do ouro e do petróleo, já citados, Matheus Spiess também vê importância de ter renda fixa de liquidez diária, títulos atrelados à inflação e a moeda mais forte do mundo, dólar, na carteira.

“Considerando toda a fragilidade da situação, o momento é de proteção, de se resguardar. A gente já vinha recomendando proteção há muito tempo e quem já seguiu anteriormente se protegeu neste momento super delicado em termos geopolíticos”. 

Como o conflito se deu de maneira repentina e o mercado absorve as informações que chegam a todo momento, ainda é cedo para avaliar o contexto como um todo.

Com o devido respeito e profissionalismo, a Empiricus avisará aos seus clientes e leitores sobre qualquer alteração de cenário no que diz respeito à economia. 

Enquanto isso, a recomendação é uma carteira bem diversificada e com as proteções sugeridas por Spiess e os demais analistas da casa.

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