Bom dia, pessoal. Hoje a atenção está voltada para a temporada de resultados nos EUA e para possíveis declarações de autoridades monetárias americanas, dois assuntos que podem influenciar a curva de juros. Além disso, dados econômicos importantes, como vendas no varejo e produção industrial, estão na agenda, podendo ter um impacto no mercado ao longo do dia. A maioria das ações asiáticas registrou ganhos nesta terça-feira, afastando o temor de uma escalada no conflito no Oriente Médio. Os investidores estão ansiosos pelos números da atividade chinesa que serão divulgados ainda hoje.
Por outro lado, os mercados europeus e os futuros americanos estão em queda nesta manhã. O Reino Unido adiou a divulgação de alguns dados do mercado de trabalho devido a preocupações com sua qualidade, um problema que está se tornando mais global, afetando tanto os modelos de mercado quanto a estrutura dos dados em comparação com o período pré-pandemia. No entanto, os números da pesquisa de opinião alemã ZEW foram melhores do que o esperado, mas isso ainda não altera a trajetória dos ativos no momento. As notícias sobre a guerra em Israel estão sendo monitoradas, mas não estão causando estresse no mercado.
A ver…
· 00:45 — Falta de tração
No Brasil, junto com alguns indicadores econômicos, como o IGP-10 de outubro e o volume de serviços em agosto, estamos acompanhando atentamente os desdobramentos em Brasília relacionados à votação de pautas econômicas, que já estão consideravelmente atrasadas. Havia expectativas de que o projeto de lei dos fundos exclusivos e offshores fosse votado ainda esta semana, mas essa perspectiva está perdendo força. O mais provável é que a votação ocorra no plenário da Câmara após a volta de Arthur Lira de sua viagem ao exterior, no dia 20 (é improvável que o texto seja deliberado sem a presença dele).
Se esse for o caso, é esperado que a votação do projeto aconteça até a próxima semana. O projeto de lei tramita em regime de urgência constitucional e passou a obstruir a agenda de votações do plenário a partir do dia 13. A discussão sobre o PL e as prioridades do governo no Congresso foram discutidas durante a reunião da liderança do governo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Contudo, parece que falta momentum para impulsionar a agenda econômica com mais vigor, o que é uma preocupação diante da urgência que a Fazenda enfrenta. Pelo menos na segunda-feira, houve a primeira indicação na pesquisa Focus de que a inflação brasileira permanecerá dentro do teto da meta este ano, algo que não ocorria desde 2020. Isso é um bom sinal para o ciclo de flexibilização da política monetária.
· 01:42 — A ida de Joe Biden ao Oriente Médio
Nos Estados Unidos, há bastante discussão sobre a iminente visita do presidente Joe Biden a Israel na quarta-feira. Essa visita visa sinalizar a solidariedade dos EUA ao seu aliado mais próximo no Oriente Médio e ajudar a evitar que o conflito se alastre pela região, conforme desejado pelo Irã. O secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou que Israel concordou em elaborar um plano em colaboração com os EUA para garantir que a ajuda humanitária das nações doadoras e organizações multilaterais chegue o mais rápido possível aos civis. Este desenvolvimento será monitorado de perto nos próximos dias, enquanto Israel se prepara para uma possível incursão terrestre em Gaza.
No âmbito financeiro, o mercado está analisando atentamente a temporada de resultados, e os primeiros relatórios indicam desempenho melhor do que o esperado. Para hoje, aguardamos os resultados de empresas como Bank of America, Bank of New York Mellon, Goldman Sachs, Johnson & Johnson, Lockheed Martin, Prologis e United Airlines. Além disso, estão programados os dados de vendas no varejo de setembro, com uma expectativa de aumento de 0,3% na comparação mensal, e o índice do mercado imobiliário de outubro. Por último, mas não menos importante, teremos a produção industrial de setembro, prevista para se manter estável. Além dos números, também estão agendadas discursos de autoridades monetárias.
· 02:34 — O que esperar dessa temporada?
Durante este trimestre, é previsto que os lucros das empresas listadas no S&P 500 apresentem um crescimento. Ao considerar tanto as poucas empresas que já divulgaram seus resultados quanto as estimativas para a grande maioria que ainda não o fez, o S&P 500 atualmente mostra um crescimento de lucros de 0,4% no terceiro trimestre. Dado o histórico de as empresas superarem as estimativas, é provável que o crescimento seja ainda mais substancial.
Em 37 dos últimos 40 trimestres para o S&P 500, a taxa real de crescimento dos lucros superou as estimativas previstas no final do trimestre. Mais de 50 empresas estão programadas para divulgar seus números ao longo desta semana. Apesar do mundo continuar apresentando desafios, a perspectiva é de que, nas próximas semanas, os resultados dos lucros possam trazer notícias positivas para os mercados.
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· 03:06 — Quantas guerras forem necessárias…
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assegurou total apoio a Israel enquanto este se prepara para uma possível incursão terrestre na Faixa de Gaza. No entanto, existe preocupação na Casa Branca de que Israel não esteja adequadamente preparado para lidar com as consequências de uma invasão, carecendo de um plano claro para o que viria depois na região de Gaza. Essa questão foi discutida entre Antony Blinken, Secretário de Estado dos EUA, e Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, durante uma reunião que durou mais de sete horas.
Os Estados Unidos estão levando em consideração não apenas a erradicação do Hamas como objetivo principal, reconhecendo que eliminar apenas esse grupo terrorista poderia criar um vácuo propício para que outros grupos radicais assumam o poder. Biden se encontra numa posição delicada, buscando um equilíbrio cuidadoso. Uma campanha em Gaza sem um desfecho claro apresenta o risco de transformar a pior crise de Israel em 50 anos em um conflito regional de larga escala, o qual os EUA e seus aliados teriam dificuldade em controlar.
Até o momento, os EUA têm demonstrado um apoio inequívoco, mas paira a dúvida sobre a viabilidade financeira dessa abordagem. Afinal, os Estados Unidos também estão comprometidos com o financiamento da Ucrânia, outro aliado fundamental. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que os EUA podem se dar ao luxo de apoiar simultaneamente dois países envolvidos em guerras. No entanto, há questionamentos sobre a sustentabilidade fiscal dessa postura, especialmente considerando a iminência de uma paralisação do governo devido à dificuldade em aprovar o orçamento para 2024.
· 04:08 — O que a China nos reserva?
Há uma série de dados econômicos chineses que serão divulgados durante a noite de hoje, incluindo o PIB do terceiro trimestre. Essas novas informações antecedem a decisão de juros na quinta-feira pela autoridade monetária chinesa. Na segunda-feira, o banco central chinês injetou a maior quantidade de liquidez no mercado desde 2020 (289 bilhões de yuans, equivalente a US$ 39,6 bilhões). Essa medida se soma aos esforços recentes para garantir o cumprimento da meta de 5% do PIB.
O sentimento em relação à China permanece tenso. É provável que os dados de hoje ainda possam mostrar uma economia fragilizada, que ainda não conseguiu absorver muito bem os estímulos até agora. O clima desfavorável se soma ao endurecimento das regras da Casa Branca destinadas a manter chips avançados e equipamentos de fabricação fora da China, agravando o conflito geopolítico, tecnológico e comercial com os chineses.
Entre as notícias, positivas, no entanto, mesmo que a China tenha importado menos commodities em setembro em comparação com agosto, sua demanda geral por matérias-primas, especialmente combustíveis fósseis, continua forte e deve se intensificar nos próximos meses. Isso é algo bom para os países emergentes, como o Brasil.
· 05:01 — Uma solução energética com qualidade
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