O ano de 2025 chegou com previsões turbulentas para o mercado de ações e de renda variável. Em um país emergente como o Brasil, nos últimos anos, o cenário de desancoragem fiscal e a retomada do ciclo de alta de juros acabou prejudicando muito a economia.
Essa análise da analista de ações da Empiricus Research, Larissa Quaresma: “é difícil falar que acho que 2025 não vai ser um ano bom em si. O fato é que temos uma bolsa com ativos de risco muito baratos e a única forma de vencer esse jogo é comprando ações por menos do que elas valem”.
Segundo a analista, a estratégia para composição das carteiras precisa levar em conta companhias que são consolidadas e bem estruturadas. “Estamos evitando cometer esse ‘pecado capital’ de vender empresas negociadas a preço de banana só porque todo mundo vendeu. São companhias boas de segmentos que todo mundo saiu, como o de consumo cíclico doméstico”, reforçou Quaresma durante a live mensal do Carteira Universa.
Cosan (CSAN3): alto risco com alto potencial de retorno
Também presente na live, Felipe Miranda, estrategista-chefe e CIO da Empiricus Research, abre o debate para uma das ações recomendadas pela casa: a Cosan (CSAN3). “[A CSAN3] só tem tanto potencial porque o risco também é alto”, afirma Miranda.
Na visão de Quaresma, o argumento da dilatação do horizonte temporal é ainda mais forte para as ações da Cosan do que para a bolsa brasileira como um todo. “A recuperação operacional da companhia depende não só de um macro favorável como também de um turnaround que já começou para a Raízen (RAIZ4) voltar a ser uma empresa rentável”, comentou.
“Ninguém duvida que os outros ativos como Moove e Compass são ótimos”, acrescenta o CIO. Por isso, os analistas concordam que a ação CSAN3 é uma oportunidade de investimento no longo prazo.
- VEJA TAMBÉM: Ibovespa amargou queda de 10% em 2024, mas como fica a bolsa brasileira em 2025? Especialistas dizem o que esperar em evento gratuito
Ações do Grupo SBF (SBFG3) sofrem queda ‘injusta’
Outra ação bem vista pelos analistas são as do Grupo SBF (SBFG3). Segunda Quaresma, a queda da SBFG3 foi uma das mais “injustas” no início de janeiro.
“Na cesta de empresas do varejo, essa empresa é uma das que menos deve sofrer com ciclo de juros altos, pois artigos esportivos sofrem menos do que o varejo de moda clássico.
Além disso, ela deve terminar o ano de 2024 com caixa líquido, ou seja, com mais caixa do que dívida – e a alta de juros ajuda na geração de caixa para empresas nessa situação”, defendeu.
“Um adendo: a SBFG3 acumula uma alta nos últimos doze meses, entre 3% e 4%. Enquanto isso, um par do setor como Track&Field (TFCO4) caiu 40% no mesmo periodo”, comparou Felipe Miranda.
Ninguém foi bem em 2024 – exceto os EUA
Ademais, o CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, complementou a análise de olho no panorama internacional. Segundo ele, as expectativas agora apontam para os EUA contratando mais um ano de crescimento.
“A economia brasileira foi mal em 2024, mas vale lembrar que o mundo como um todo não foi bem em 2024, com exceção dos Estados Unidos. Se a gente olhar sob uma ótica do dólar, até mesmo o euro acabou fechando a US$ 1,04, uma queda importante”, salienta.
A live pode ser conferida na íntegra no quadro abaixo: