Investimentos

Cosan (CSAN3) reporta resultados do 1T24 em linha com o esperado; veja se vale a pena investir

Veja como foram os números do 1T24 divulgados por Cosan e se vale a pena investir no papel.

Por Larissa Quaresma, CFA

05 jun 2024, 11:00 - atualizado em 05 jun 2024, 11:05

cosan 4T23 1T24
Imagem: Divulgação/Cosan

Recentemente, a Cosan (CSAN3) divulgou seus números do 1T24, que vieram em linha com as nossas expectativas, com os resultados da Rumo, Raízen e Compass já conhecidos.

O Ebitda ajustado sob gestão (considera 100% do Ebitda das subsidiárias) foi de R$ 7,1 bilhões, uma queda anual de 19%. O prejuízo líquido foi de R$ 192 milhões, uma melhoria substancial comparada ao prejuízo de R$ 904 milhões no 1T23, principalmente devido a menores despesas financeiras.

Os resultados do 1T24 de cada subsidiária da Cosan

Fonte: Cosan

Raízen (RAIZ4): açúcar e mobilidade compensaram preços depreciados do etanol

Passando pelas subsidiárias, considerando 100% dos resultados, a Raízen apresentou Ebitda ajustado de R$ 3,7 bilhões, queda de 38%, com os preços depreciados do etanol impactando negativamente o trimestre, parcialmente compensado pela maior rentabilidade do açúcar e de mobilidade.

Rumo (RAIL3) apresentou bons números

A Rumo encerrou o trimestre com mais um resultado positivo, com Ebitda ajustado de R$ 1,7 bilhão, acima das expectativas do mercado e alta de 43% na comparação anual. O desempenho, assim como nos últimos trimestres, segue impulsionado pelo forte crescimento da tarifa média e do volume transportado, puxado pela demanda agrícola.

  • Pensando em investir no agro? Confira a lista de melhores ações segundo a Empiricus Research e descubra qual é a empresa do setor que não pode faltar no seu portfólio. Clique AQUI para acessar gratuitamente.

Compass teve resultados resilientes

Do lado da Compass, os números se mostraram resilientes. Ainda pressionada pelas temperaturas mais altas, que reduzem a demanda pelo fornecimento de gás, o Ebitda atingiu R$ 893 milhões, queda anual de 7%, parcialmente compensada pela recuperação da demanda industrial. Sobre os impactos das enchentes no RS, onde a companhia tem atuação importante, foi destacado que até o momento não foi identificado qualquer evento de impacto material nos resultados.

Moove também se saiu bem no 1T24

A Moove, distribuidora de lubrificantes, também apresentou bons números no trimestre, sustentados pela expansão no volume e um melhor mix de produtos vendidos. O Ebitda ajustado atingiu R$ 329 milhões, crescimento anual de 19%.

Radar manteve estabilidade

Por fim, no segmento de gestão de terras agrícolas, a Radar entregou um desempenho estável, com um Ebitda de R$ 136 milhões, essencialmente composto por receitas recorrentes de arrendamentos de propriedades agrícolas.

  • ONDE INVESTIR EM JUNHO? Veja recomendações de ações brasileiras, BDRs, FIIs, criptomoedas e títulos de crédito neste material gratuito

A alavancagem de Cosan segue controlada

Em relação à alavancagem, considerando a reclassificação das ações da Vale, o indicador de dívida líquida/EBITDA ficou em 2,3 vezes, praticamente estável em relação ao 4T.

A Cosan também possui uma posição de liquidez substancial com cerca de R$ 3,8 bilhões em caixa, bem acima dos vencimentos para os próximos anos.

Cronograma de amortização da Cosan
Fonte: Cosan

Adicionalmente, no trimestre, a Cosan antecipou 100% da dívida relacionada ao dólar e seus derivativos financeiros, aumentando sua participação direta na Vale para 4,15%.

No call, a companhia informou que esse patamar pode ser visto como um teto para a sua participação na mineradora e que é constantemente avaliado dentro do portfólio devido à sua maior liquidez.

Por fim, seguimos construtivos com a valorização das ações da Cosan, amparados pelo significativo desconto de holding (~30%) e valuation atrativo, boas perspectivas para as suas subsidiárias ao longo de 2024 e sensibilidade à queda de juros. CSAN3 segue como recomendação da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.