A Cosan (CSAN3) apresentou números sólidos referentes ao 2T24. Com parte dos resultados de suas subsidiárias já divulgados (Raízen, Compass e Vale), as novidades foram os números da Rumo (que também divulgou ontem, 14), Moove, Radar e do Corporativo. O Ebitda ajustado sob gestão (considerando 100% do Ebitda das subsidiárias) foi de R$ 7,1 bilhões, uma alta anual de 15%.
Rumo (RAIL3) e Compass tiveram forte desempenho no 2T24
Passando pelas subsidiárias, a Rumo reportou um robusto Ebitda ajustado de R$ 2,1 bilhões (+48% a/a), impulsionado por um desempenho forte nos volumes e no yield consolidado. A Compass também apresentou números positivos, com um crescimento anual de 42% no Ebitda, atingindo R$ 1,4 bilhão, principalmente devido ao início das operações do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP).
Raízen (RAIZ4) teve margens mais fracas em açúcar e mobilidade
Por outro lado, o desempenho da Raízen ficou aquém das expectativas. A companhia registrou um Ebitda ajustado de R$ 2,3 bilhões (-29% a/a), impactado por margens mais fracas em açúcar e mobilidade no Brasil. Além disso, a estratégia comercial de postergação das vendas de açúcar e etanol afetou negativamente o resultado. Esperamos que os resultados melhorem gradualmente ao longo dos próximos trimestres.
Moove ampliou margens, enquanto Radar reduziu Ebitda
A Moove, distribuidora de lubrificantes, apresentou bons números no trimestre, sustentados pela ampliação das margens através de uma estratégia comercial eficiente. O Ebitda ajustado atingiu R$ 351 milhões, com crescimento anual de 16%. No segmento de gestão de terras agrícolas, a Radar teve uma redução de 29% no Ebitda em relação ao 2T23, para R$ 133 milhões, explicada pela reavaliação do valor das terras registradas.
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Cosan Corporativo apresentou prejuízo menor em relação ao 2T23
No fim, o Cosan Corporativo apresentou prejuízo de R$ 227 milhões no 2T24, impactado principalmente pela contabilização de um impairment na Malha Sul da Rumo. No entanto, é importante destacar que houve uma melhora substancial, principalmente pela consolidação da posição em Vale via equivalência patrimonial, em relação ao prejuízo de R$ 1 bilhão no 2T23.
O principal destaque positivo da holding foi a redução de R$ 1,4 bilhão na dívida líquida corporativa, para R$ 21 bilhões. Esse movimento foi viabilizado pelo aumento no pagamento de dividendos das subsidiárias, principalmente Moove e Compass, que trouxeram para o caixa da companhia R$ 2 bilhões. Como resultado, a Cosan ampliou o índice de cobertura do serviço da dívida de 1,1x no 1T24 para 1,3x.
Por fim, seguimos construtivos com a valorização das ações da Cosan, apoiados pelo significativo desconto de holding (~35%), valuation atrativo, boas perspectivas para suas subsidiárias e sensibilidade à queda dos juros globais. Mantemos a recomendação de compra para CSAN3.