Nos EUA, o dado de inflação (CPI) de julho registrou alta de 0,2% m/m, em linha com as estimativas dos economistas. No acumulado de 12 meses, o indicador ficou ligeiramente abaixo das estimativas (2,9% versus 3,0%), principalmente devido aos preços de energia.
No que tange a medida de núcleo (que exclui os itens mais voláteis), houve uma aceleração de 0,165% m/m, com destaque para a maior alta em três meses (0,3% m/m) do núcleo de serviços, enquanto o núcleo de bens registrou deflação de 0,3%, menor variação em um ano. Em relação aos preços dos aluguéis aos inquilinos e o equivalente aos proprietários (OER), as leituras ainda foram fortes, com alta de 0,5% e 0,4% no mês, respectivamente.
De maneira geral, o dado confirmou a desaceleração do índice de preços que retornou para o seu menor patamar desde 2021. O resultado reforça as apostas de que o Federal Reserve deve iniciar o corte de juros na próxima reunião, embora a magnitude do corte ainda não seja consenso entre os agentes de mercado.
Por isso, a fala do Presidente Jerome Powell no Congresso Anual de Jackson Hole, programada para sexta-feira (23) às 11h, será acompanhada de perto por todo o mercado.
E no Brasil?
No calendário econômico doméstico, as vendas no comércio varejista de junho superaram as expectativas, com uma queda de -1,0% versus a estimativa de -0,2% m/m, com revisão de 1,2% para 0,9% m/m. No acumulado do ano, o setor registrou alta de 4,0% a/a, abaixo da estimativa de 5,7% esperada pelo mercado. Além disso, a leitura anterior também foi revisada para baixo, saindo de 8,1% para 7,8%.
A principal surpresa acentuada veio dos setores de hiper e supermercados, além de alimentos, bebidas e fumo, que registraram uma queda significativa de -2,1% m/m, pressionados pela inflação nos alimentos para consumo domiciliar.
Por outro lado, o segmento de móveis e eletrodomésticos cresceu 2,6% m/m, demonstrando um desempenho robusto e ajudando a suavizar a queda nas vendas do varejo como um todo. O resultado do varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, também surpreendeu positivamente, com crescimento de 0,4% m/m, superando as expectativas de estabilidade.
Apesar da retração pontual, o comércio varejista acumula alta de 3,6% nos últimos 12 meses, marcando o 21º mês seguido de crescimento.
BC endureceu a comunicação
Contudo, o grande destaque da semana passada foi o fim do período de silêncio do Banco Central com um notável endurecimento da comunicação da autarquia.
Desde a ata do último Copom divulgada na última terça-feira (13), que reforçou uma mensagem de vigilância e cautela, temos visto uma série de falas duras de diretores do Banco Central. Ainda na terça-feira (13), o diretor Diogo Guillen destacou a forte coesão entre os membros do comitê da autarquia e o compromisso com o atingimento da meta inflacionária de 3% ao ano.
Na mesma linha, o diretor Gabriel Galípolo (provável sucessor de Roberto Campos Neto) afirmou em sua fala mais recente que todas as opções estão sobre a mesa na próxima reunião do Copom. Galípolo ainda destacou que o crescimento econômico vem sendo revisado para cima e que a piora das expectativas de inflação têm gerado um incômodo significativo entre os diretores. Finalmente, Galípolo argumentou que os membros do Copom não deveriam se intimidar diante de reações políticas e defendeu a importância de construir credibilidade por meio de “palavras e ações que sejam coerentes”.
Mercado mudou suas projeções para a taxa Selic
Nos últimos dias, diversos agentes de mercado revisaram suas projeções de Selic para 2024 e 2025. Ontem (19), o relatório Focus mostrou o início desse movimento que deve se estender nas próximas semanas. Para o próximo Copom, criou-se o consenso de que o ciclo de alta de juros será reiniciado. Resta alguma dúvida em relação à magnitude do ajuste que será anunciado (25 bps ou 50 bps).
De todo modo, como temos falado, a curva de juros já precifica cerca de 100 pontos-base de alta até o final deste ano e uma Selic terminal de aproximadamente 12% ao ano em meados de 2025. Por isso, ainda gostamos dos títulos prefixados nos níveis atuais.
Cardápio da semana: confira os títulos de renda fixa recomendados
Características da LCA prefixada do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 20/02/2026 (549 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 10,43% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da CDB prefixado do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 23/08/2027 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 13,00% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
Características do CDB prefixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA-(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 18/08/2025 (361 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 13,00% |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 20 de agosto de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (20).
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.