A Cyrela (CYRE3) divulgou seu balanço de resultados referentes ao 1T22. Os números vieram marginalmente abaixo das expectativas do mercado, porém, a companhia apresenta evolução operacional sólida.
As análises são de Fernando Ferrer e João Souza, da série As Melhores Ações da Bolsa. Confira abaixo alguns os destaques:
Ritmo de lançamentos e vendas
A Cyrela manteve um bom ritmo de lançamentos, com seis empreendimentos no trimestre que totalizaram um VGV (valor geral de vendas) de R$ 1 bilhão, 146% a mais que no 1T21.
Outro índice interessante é a velocidade de vendas sobre oferta (VSO) dos lançamentos, que foi de 51%, indicando uma boa demanda.
Já as vendas líquidas totais contratadas no período somaram R$ 1,3 trilhão, crescimento de 27% em relação ao 1T21, dos quais 3% são estoque pronto, 57% estoque em construção e 40% lançamento.
Como consequência, a VSO consolidada dos últimos 12 meses atingiu a marca de 46%.
A receita líquida foi de R$ 1,2 bilhão, 23% a mais que o 1T21, em função da maior evolução das obras em andamento de unidades já comercializadas e maior volume de lançamentos reconhecidos.
O desafio da inflação
“Apesar da demanda no setor dar sinais de aquecimento, do ponto de vista da rentabilidade, o detrator continua sendo as pressões inflacionárias, não só em Cyrela, mas na maior parte das companhias da Bolsa”, fala Ferrer.
Ele explica que, impactado negativamente também por uma permuta física elevada decorrente do reconhecimento do projeto Wave By Yoo, a margem bruta ajustada no 1T22 foi de 32,5%, redução de 2,1 p.p na comparação anual.
A margem bruta a apropriar, que engloba empreendimentos já vendidos, mas ainda não reconhecidos no resultado, foi de 36,5%.
Lucro líquido e endividamento
O lucro líquido totalizou R$ 162 milhões, 16% inferior na comparação anual, com margem de 16,5% (-2,2 p.p.).
“A redução é explicada pelo aumento nas contingências judiciais, já sinalizado pela companhia nos últimos trimestres, e despesas gerais e administrativas”, esclarece o analista.
O resultado implicou em um ROE (retorno sobre patrimônio) de 15% nos últimos 12 meses.
Quanto ao endividamento, a Cyrela encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 500 milhões, 19% a mais que o 4T21, e um grau de alavancagem de 4,8 vezes Dívida Líquida/Patrimônio Líquido, saudável segundo o analista.
“Em nossa concepção, principalmente devido a fatores não controláveis pela companhia relacionados ao cenário macroeconômico, os trimestres seguintes devem continuar desafiadores”, afirma Ferrer.
Ele diz que, internamente, a companhia segue entregando resultados consistentes para atravessar esse período.
Por fim, negociando a atrativos 6 vezes os seus lucros para o ano, a Cyrela (CYRE3) segue como uma recomendação da série As Melhores Ações da Bolsa.
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Além dos resultados da CYRE3, foram avaliados os números de diferentes empresas na série As Melhores Ações da Bolsa, dos analistas Fernando Ferrer e João Souza, exclusiva para assinantes.
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