Nesta quinta-feira (11), a Cyrela (CYRE3) divulgou o seu resultado operacional do 1T23, com números consistentes, apesar de marginalmente abaixo das expectativas do mercado.
A companhia manteve um bom ritmo de lançamentos, com 6 novos empreendimentos no trimestre, que totalizaram um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,3 bilhão. Considerando apenas o %CBR, após excluirmos as permutas, o volume lançado foi de R$ 875 milhões.
As vendas líquidas contratadas somaram R$ 1,5 bilhão no trimestre encerrado, valor 18% superior ao 1T22 e 43% abaixo do 4T22. Tomando como base apenas a participação da Cyrela, o VGV de vendas foi de R$ 1,1 bilhão, 9% superior ao mesmo período no ano passado e 27% do 4T22.
O indicador de velocidade de vendas (VSO) dos lançamentos merece uma certa atenção, registrando 36% no trimestre, patamar inferior ao do 1T22 (51%) e do 4T22 (58%), indicando novamente o arrefecimento da demanda no setor.
Partindo para a metodologia POC, a receita líquida somou R$ 1,28 bilhão no 1T23, ganho de 4% na comparação anual. Em relação à margem bruta, a companhia reportou um percentual de 30,7%, 0,4 p.p. abaixo do 1T22, explicada principalmente pela queda das margens dos lançamentos mais recentes e pelo aumento dos juros apropriados ao custo.
Alguns efeitos não recorrentes impactaram o resultado trimestral, tal como o impacto negativo de R$ 19 milhões referente a contingências judiciais e a mudança de critério de provisionamento de perdas na CashMe, que gerou uma reversão de R$ 27 milhões em provisões.
Enquanto isso, a companhia registrou ganhos interessantes na linha de equivalência patrimonial, com um impacto positivo de R$ 45 milhões, referentes à sua participação na Cury, Plano&Plano e Lavvi. A maior participação dos projetos do Minha Casa Minha Vida nos resultados (foco das duas primeiras companhias citadas) tem sido substancial para a performance da Cyrela.
O lucro líquido foi de R$ 164 milhões no 1T23, marginalmente acima do 1T22 (R$ 162 milhões), atingindo um ROE de 12,3%. Sua margem líquida ficou em 12,7%, queda de 0,4 p.p. na comparação anual.
CYRE3 segue recomendada pela Empiricus Research
Por fim, a companhia apresentou consumo de caixa comedido de R$ 35 milhões, já desconsiderando os efeitos (positivos) de avaliação a valor justo das carteiras da CashMe. O patamar de endividamento segue bem controlado, com indicador dívida líquida/PL de 6,5%, queda de 1,4 p.p. em relação ao 4T22.
De forma geral, mesmo com um cenário macro bastante desafiador para o setor, a companhia apresentou resultados sólidos.
Negociando a 7,8 vezes os seus lucros projetados para 2023, os papéis de CYRE3 seguem recomendados pela Empiricus.