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Decisão do governo sobre aço chinês frustra mercado – ainda dá tempo de investir em siderúrgicas?

Henrique Cavalcante, analista da Empiricus, comentou a taxação do aço chinês em entrevista ao Giro do Mercado.

Por Fernanda Lopes

01 maio 2024, 08:00

Decisão do governo sobre aço chinês frustra mercado – ainda dá tempo de investir em siderúrgicas?
Imagem: Unsplash

Depois de meses de pressão do setor siderúrgico brasileiro, o governo finalmente aprovou a taxação do aço chinês.

A “briga” entre as siderúrgicas nacionais e as empresas chinesas do mesmo setor tem origem no subsídio que o governo chinês concede às fabricantes de aço, no intuito de manter a economia aquecida.

Como consequência, o aço chinês que chega no Brasil é negociado a preços bastante competitivos — o que, é claro, prejudica a indústria nacional.

Então, a sobretaxa do aço pode até parecer uma vitória num primeiro momento – mas a verdade é que a decisão não é tão importante assim para as empresas nacionais do ramo.

Entenda a decisão do governo

É isso que diz o analista Henrique Cavalcante, da Empiricus Research. Ele comentou o anúncio da taxação em entrevista ao programa Giro do Mercado do último dia 24.

O problema começa quando percebemos que a taxação recairá sobre um número bastante reduzido de produtos siderúrgicos – apenas 11, de um total de mais de 200 produtos.

Além disso, Henrique explica que a tarifa só será de 25% quando uma cota de exportação for alcançada. O limite estabelecido foi de 30% acima da média de importação dos produtos entre 2020 e 2022.

“O governo implementou essa taxa, só que sobre o que exceder um volume que é bastante alto”, comentou o analista. “E isso vale somente para alguns produtos.” 

Então, na prática, os efeitos da taxação serão pequenos. “A minha visão em relação a essa medida é que ela vai ter um impacto somente marginal no resultado das siderúrgicas brasileiras”, afirma Henrique. 

O próprio mercado não se animou muito diante da decisão “tímida” do governo. As ações de diversas siderúrgicas nacionais caíram imediatamente após o anúncio da taxação.

“Em relação ao que o mercado estava esperando, a taxação não atendeu as expectativas. O mercado acreditava que viria alguma coisa mais forte, que fosse beneficiar os resultados, e não foi isso que aconteceu.”

Taxação do aço chinês é ‘fichinha’ perto de outros fatores

Mas isso não significa que “acabou o jogo” para as siderúrgicas nacionais. 

Isso porque, embora a taxação tenha frustrado as expectativas do mercado, ela não é o fator mais importante na hora de determinar se uma ação vale o investimento, segundo o analista.

Para ele, uma companhia de fundamentos sólidos e gestão competente é plenamente capaz de se manter navegando mesmo em águas turbulentas. 

E que, nesse caso, uma queda no preço das ações pode até mesmo significar uma oportunidade de compra.

Pensando nisso, Henrique Cavalcante comenta o caso da Gerdau (GGBR4), que vem tomando decisões importantes capazes de refletir positivamente a rentabilidade da companhia. Como, por exemplo, o ajuste do tamanho da sua operação no Brasil.

Além disso, a siderúrgica deve mais de 50% de seu resultado operacional à sua operação nos EUA, o que é positivo durante o cenário nacional atribulado.

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Sobre o autor

Fernanda Lopes

Formada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência como pesquisadora e redatora.