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Descubra se é hora de investir em VALE3

Mineradora está implantando um longo processo de reestruturação que mexe, dentre outras coisas, com suas ações listadas na Bolsa de Valores. Saiba mais sobre as transformações da Vale e como elas afetam a decisão de quem planeja investir na companhia.

Por Equipe Empiricus

20 mar 2018, 02:38

A Vale está em transformação e com planos ambiciosos para o futuro. Entre junho e novembro de 2017, a mineradora realizou um processo de reestruturação que envolveu a unificação das ações PNA (Preferenciais Nominativas classe A) em ON (Ordinárias Nominativas).

O movimento extinguiu as ações PNA (VALE5) e apenas as ON (VALE3) são atualmente negociadas na Bolsa de Valores.

Isso permitiu, entre outras vantagens, que os acionistas da VALE5 que migraram para VALE3 passassem a ter direito a voto em assembleia.

No entanto, o que os acionistas e interessados em investir na Vale precisam entender são os motivos por trás dessa mudança.

Na verdade, a troca de ações foi apenas parte de um trâmite de um plano maior: entrar no Novo Mercado da B3, o que aconteceu em dezembro de 2017.

Fazer parte desse seleto grupo de empresas não é tarefa fácil, uma vez que as exigências de transparências e governanças são bem maiores.

Entre os critérios para entrar estava a emissão apenas de ações ordinárias com 100% de tag along – mecanismo que garante remuneração igual para majoritários e minoritários no caso de eventual venda do controle da empresa. Por isso, a mudança nas ações.

Outro ponto, talvez o principal, é a pulverização gradativa do controle, de modo que a partir de 2020 nenhum acionista ou grupo de acionistas tenha mais de 25% de participação da companhia.

Tudo isso para que o controle da Vale seja diluído e, consequentemente, a ingerência estatal sobre a empresa seja reduzida significativamente.

Afinal, mesmo a mineradora tendo sido privatizada em 1997, o governo federal concentrava, até então, direta ou indiretamente, mais de 50% das ações ON.

A partir das recentes mudanças, a Vale passa a ter o caminho aberto para se tornar uma “corporation”, isto é, uma companhia sem controlador definido, sendo gerida apenas conforme as diretrizes do seu conselho de administração e de seus gestores.

Ao se tornar de fato uma empresa privada, sem o controle estatal, a companhia vai poder focar mais em rentabilidade e retorno a seus acionistas, com reflexo direto no preço de suas ações.

O que as mudanças na Vale significam para os acionistas?

Além de ficar mais atraente para o investidor, a migração de ações VALE5 para VALE3 torna a empresa mais competitiva e mais valorizada, com consequência direta no preço das ações e no retorno aos acionistas.

Historicamente, empresas com governança mais forte, ou seja, com maior independência e transparência nas tomadas de decisão, geram mais valor ao acionista.

Qual a diferença entre ações PN e ON?

Basicamente, as ações ordinárias (ON) dão aos acionistas o direito de voto nas assembleias. Por isso, são destinadas para aquelas pessoas que querem ser um sócio ativo da empresa e influenciar na tomada de decisões.

Quem tem papéis ON, geralmente tem o benefício do tag along. O que significa que em caso de mudança no controle acionário da empresa, as mesmas condições de venda oferecidas aos controladores devem ser oferecidas aos acionistas minoritários.

Já as ações preferenciais (PN) não dão direito ao voto em assembleias, mas garantem a preferência na hora da distribuição de dividendos (resultados). Pela lei, os investidores que possuem papéis PN têm direito a receber dividendos no mínimo 10% maiores do que aqueles pagos aos que possuem ações ON.

Novo presidente da Vale

Desde maio de 2017, o executivo Fabio Schvartsman, 63 anos, assumiu o posto de diretor-presidente da Vale, em substituição a Murilo Ferreira.

Engenheiro de produção pela USP, Schvartsman é pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV-SP.

Com mais de 40 anos de experiência, o executivo trabalhou por dez anos na Duratex e por 22 anos no grupo Ultra, de onde saiu em 2007 como diretor-financeiro da holding Ultrapar e sócio-diretor da Ultra.

Porém, foi seu desempenho à frente da Klabin, uma das maiores produtoras e exportadoras de papel e celulose do Brasil, que o destacou.

Ele trabalhou lá de 2011 a 2017 como diretor-geral, onde estabeleceu um novo ciclo de gestão orientada para resultados e alta performance.

Ao longo desse período, a empresa dobrou sua capacidade de produção, entrou em novos mercados, triplicou seu valor e manteve resultados financeiros crescentes por 23 trimestres consecutivos.

Schvartsman assumiu a presidência da Vale com o desafio de reduzir a dívida líquida e equacionar o passivo socioambiental gerado pelo rompimento da barragem de Samarco, da qual a mineradora é sócia, em Mariana (MG), até 2020.

Já em suas primeiras ações como presidente da companhia, Schvartsman deu sinais claros de que seu compromisso é, de fato, reduzir endividamento da mineradora e focar no retorno dos acionistas, sem contar as medidas transformacionais no processo de gestão e governança.

Política de desinvestimento da Vale

Como parte do processo de fazer caixa e reduzir as dívidas que, até o final de 2017, somavam US$ 20 bilhões, a nova administração estabeleceu a meta de atingir US$ 10 bilhões de dívida líquida (descontada a posição de caixa) no menor prazo possível.

Para isso, a empresa desenvolveu uma política de desinvestimentos e redução de investimentos para os negócios menos rentáveis.

Entre as medidas, está a queda de 7% nos investimentos da mineradora para 2018, que caiu de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,8 bilhões em 2017.

Até 2020, a companhia prevê um desinvestimento de US$ 1,5 bilhão em ativos considerados não-estratégicos.

Dentre os ativos que podem ser vendidos estão a produtora brasileira de bauxita Mineração Rio do Norte, o projeto de carvão australiano Eagle Downs e a empresa siderúrgica California Steel Industries (CSI).

Em janeiro de 2018, a companhia deu mais um passo para a redução das dívidas e concluiu a venda da Vale Fertilizantes para a Mosaic.

A transação rendeu um total de US$ 2,5 bilhões, sendo os US$ 1,25 bilhão em dinheiro e US$ 1,25 bilhão em ações ordinárias da Mosaic.

Outra medida proposta é manter a produção de minério de ferro em aproximadamente 400 milhões de toneladas por ano entre 2019 e 2022, portanto abaixo da capacidade estimada para esse período que é de 450 milhões de toneladas anuais.

No segmento de níquel, a Vale também anunciou redução nas estimativas de investimento e produção.

Para 2018, a empresa estima produzir 263 mil toneladas, 14% abaixo da previsão feita no final de 2016.

Nos demais anos, a produção deve ficar em patamar semelhante, sempre abaixo de 270 mil toneladas.

Como comprar VALE3

As ações da VALE3, assim como as das outras companhias listadas, são negociadas na B3 (fusão entre BM&FBovespa e Cetip), que é a Bolsa de Valores do Brasil.

Hoje, a compra é realizada de maneira online. O investidor pode operar sozinho, de onde quiser, por meio do home broker da corretora de valores.

Desta forma, o primeiro passo para comprar ações é escolher uma corretora.

Como escolher uma corretora

Antes de mais nada, é importante entender que não existe a “melhor” corretora. Você deve escolher a que melhor atenda às suas necessidades. Para isso, é importante analisar alguns pontos antes de decidir por qual investir.

Primeiro, existem taxas para investir na Bolsa, não basta apenas pagar o valor da ação.

taxa de corretagem é cobrada toda vez que você comprar ou vender uma ação. Ela pode variar entre R$ 2,90 a R$ 20 por ordem de compra ou venda executada.

Já a taxa de custódia é cobrada mensalmente para armazenar seus papéis. Algumas corretoras não a cobram, outras pedem mais de R$ 30.

Em geral, as corretoras independentes – que não são vinculadas a nenhum banco – costumam cobrar taxas mais baixas na comparação com as corretoras dos grandes bancos.

O segundo ponto a se considerar é a interface do home broker. É por meio dele que você dará as ordens de compra e venda das ações.

Por isso, além de taxas baixas, é fundamental escolher uma corretora que tenha um sistema fácil de operar e que ofereça um aplicativo para smartphone para que você possa fazer suas operações de qualquer lugar do mundo.

Outro ponto importante é verificar se a corretora escolhida tem os selos Retail Broker ou Execution Broker, da BM&FBovespa, que atestam a qualidade do serviço prestado.

Além de tudo isso, é importante verificar se a corretora oferece um bom atendimento ao cliente. Isso será fundamental, principalmente, para os investidores iniciantes que podem precisar tirar dúvidas na hora de comprar ou vender seus ativos.

Veja também: Como Investir na Bolsa

Como funciona o home broker?

O home broker é o ambiente virtual disponibilizado pela corretora para a compra e venda das ações.

O sistema substituiu a operação tradicional do pregão, que era realizada, até os anos 2000, no prédio da Bovespa por diversos operadores.

Porém, atualmente o investidor é seu próprio operador e pode negociar ações, entre outros diversos ativos, via home broker.

Para começar a operar, basta abrir conta em uma corretora e depositar o valor disponível para investimento.

Cada home broker tem suas peculiaridades, mas todos apresentam as cotações em tempo real, a sua carteira de ações, o menu para compra e venda, entre outras funções.

Existem outros custos?

Além das taxas de corretagem e custódia, para investir na Bolsa, é preciso pagar ainda os emolumentos – taxa de negociação e liquidação cobrada pela B3 a cada compra ou venda de ações. O valor varia conforme o volume total negociado.

E por último, existe o Imposto de Renda. A alíquota é de 15% sobre os ganhos de operações “comuns” (compra e venda de ações em dias diferentes) e de 20% para os ganhos com o day trade (compra e venda no mesmo dia).

O pagamento do IR é feito via Darf com o código 6015 sempre até o último dia útil do mês seguinte à apuração do ganho. Por exemplo, se você lucrou em janeiro de 2018, tem que pagar o imposto até o fim de fevereiro.

O atraso ou não pagamento do IR sobre os ganhos com ações causam multa diária de 0,33% até o limite de 20% do valor devido, mais juros mensais, proporcional à taxa Selic.

Já se você tiver prejuízos, é possível descontar dos lucros do mês atual, diminuindo assim a incidência do imposto.

Quais são os riscos?

Ao comprar as ações da VALE3, ou qualquer outra ação, lembre-se que a renda variável possui volatilidade. Um dia a Bolsa está em alta, no outro pode estar em baixa.

Também é preciso paciência e, às vezes, sangue frio. A Bolsa não é solução mágica que vai multiplicar seu dinheiro da noite para o dia.

Além disso, para ter bons rendimentos, é preciso planejamento e jamais comprometer uma grande parte do seu capital. Se você for uma pessoa conservadora, o ideal é investir apenas 5% do seu patrimônio. Mas esse percentual não é uma regra, varia de pessoa para pessoa, de acordo com a tolerância ao risco.

Outro ponto fundamental é entender que ganhos passados não significam ganhos futuros. Por isso, não invista em uma ação simplesmente porque ela rendeu muito no ano anterior. Isso não é garantia de que a performance vá se repetir.

Quais as vantagens e desvantagens de comprar VALE3?

Ainda está em dúvida sobre comprar ou não os papéis da Vale? Veja a seguir, as vantagens e desvantagens sobre esse investimento:

Vantagens

• É uma das maiores empresas privadas das Américas, estando presente em cerca de 30 países;

• É referência em práticas de governança corporativa;

• Está trabalhando na redução de custos e despesas e no aumento de produtividade, tanto é que sua produção de minério de ferro bateu recorde no terceiro trimestre de 2017, chegando a 95,1 milhões de toneladas;

• O maior volume de produção de Carajás (mais especificamente de S11D) tem permitido à companhia reduzir o custo de produção e transporte do minério até o porto;

• O papel da empresa tem bastante liquidez.

Desvantagens

• A produção industrial está exposta aos ciclos econômicos globais, o que afeta a demanda por minerais e metais. Ao mesmo tempo, o investimento em mineração exige um valor substancial de recursos, a fim de reabastecer as reservas, expandir e manter a capacidade de produção;

• Os desdobramentos econômicos na China podem impactar na receita, o fluxo de caixa e a lucratividade da companhia, uma vez que o país asiático tem sido o maior driver da demanda global por minerais e metais nos últimos anos;

• Os negócios podem ser afetados negativamente por reduções na demanda e nos preços do aço e a demanda por produtos de minério de ferro, carvão e níquel depende disso;

• Os preços de seus produtos estão sujeitos a alta volatilidade, o que pode afetar negativamente o fluxo de caixa da Vale;

• As ações cotadas na Bolsa de São Paulo são muito sensíveis às oscilações do índice Bovespa e, portanto, fatores como crises políticas podem ter impacto sobre os preços dos papéis.

Conclusão

Como vimos, as ações da Vale dependem de vários fatores externos e internos para se valorizarem.

Em um cenário de cortes de juros, redução da inflação e com a condenação em segunda instância do ex-presidente Lula, o investimento que será mais beneficiado serão as ações da Bolsa de Valores.

Mas isso não quer dizer que você deva comprar qualquer ação e esperar uma valorização astronômica. Até porque existem mais de 300 ações na Bolsa brasileira.

É preciso fazer uma análise profunda da empresa e dos fatores que exercem influência sobre ela para identificar quais papéis têm maior potencial de valorização no longo prazo.

Para uma pessoa que nunca mexeu com ações ou aqueles menos experientes, essa avaliação pode parecer muito difícil ou complexa. Mas não se preocupe: a Empiricus pode te ajudar e te mostrar o melhor caminho.

Empiricus conta com uma equipe de analistas que trabalham diariamente para descobrir quais são os papéis que farão você ganhar dinheiro de verdade.

E se seu objetivo é ganhar dinheiro com a Bolsa, então não deixe de acompanhar os conteúdos da Empiricus.

Veja também: Canal de investimentos

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