
Imagem: Divulgação/Desktop
A Desktop (DESK3) apresentou resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) praticamente em linha com as expectativas.
A receita líquida cresceu +11% na comparação anual e atingiu R$ 292 milhões. Esse resultado foi fruto de um pequeno aumento de preços, mas principalmente pela adição líquida de 114 mil clientes na base.
Falando em número de clientes, a companhia mostrou uma expectativa de 27 mil adições líquidas no 1T25, próximo dos dois dígitos por mês, o que consideramos um bom ritmo dado o contexto macro ainda difícil.
Sem efeitos não-recorrentes, lucro líquido cresce 8% na comparação anual
Excluindo alguns gastos não-recorrentes com plano de remuneração de opções e M&A, os custos e despesas cresceram em linha com a receita, com a alta de despesas comerciais e administrativas sendo parcialmente compensadas pelas menores provisões para devedores. Com isso, o ebitda subiu +11%, para R$ 150,2 milhões, com margem praticamente estável em 51,4%.
Por conta do aumento dos juros, uma dívida bruta maior e taxas envolvendo pré-pagamento de debêntures, o resultado financeiro piorou R$ 13 milhões na comparação com o 4T23. Por outro lado, vale a pena mencionar que parte dessa piora está relacionada a um importante trabalho de liability management, que já começou a apresentar bons resultados.

Nos últimos meses, a gestão realizou o pré-pagamento de dívidas caras e conseguiu reduzir o custo de suas obrigações de CDI+2,7% para CDI+1,3% (a alavancagem permaneceu estável, em 2,4 x dívida líquida/ebitda), com aumento do prazo médio de 4,2 para 5,4 anos.=
Por fim, sem os efeitos não-recorrentes mencionados, o lucro líquido chegou a R$ 54,1 milhões, alta de +8% ante o 4T23 – no ano, o lucro líquido ajustado saltou +33%, para R$ 198,8 milhões.
DESK3 segue com recomendação de compra
Mesmo tendo que tirar o pé do acelerador no 4T24, por conta da forte piora das condições macro no fim de 2024, a Desktop ainda conseguiu entregar um resultado digno, com bom crescimento de receita, ebitda e lucro, além da manutenção das margens em níveis elevados, o que apenas reforça as qualidades da companhia e da região em que ela atua.
Neste momento, vemos Desktop negociando por menos de 5x valor da firma/ebitda esperado para 2025 e 2026, e ela segue como recomendação da Empiricus Reserach.