Investimentos

Desktop (DESK3): dados de conexões adicionadas em outubro ficam abaixo da tendência dos últimos meses; desaceleração é mau sinal?

As turbulências do mercado em outubro criaram um cenário pessimista no mercado brasileiro. Segundo dados da Anatel, isso se refletiu na desaceleração da Desktop e do setor no mês; entenda

Por Ruy Hungria

12 dez 2024, 10:35 - atualizado em 12 dez 2024, 10:35

internet desktop desk3

Imagem: iStock.com/RoyalFive

De acordo com os dados divulgados pela Anatel, a Desktop (DESK3) adicionou 9,0 mil conexões em outubro de 2024. Esse número está abaixo do duplo dígito que temos visto nos últimos meses, e mostra uma desaceleração não apenas da Desktop, mas do setor de maneira geral. 

Desktop na defensiva

Como já sabemos, outubro marcou o começo da turbulência do mercado pelos receios com o pacote fiscal, o que afetou severamente o dólar e os juros.

Para se proteger de um cenário mais pessimista, é provável que a Desktop tenha adotado uma postura mais defensiva, em prol da preservação de caixa, justamente no momento em que o custo de capital sobe – uma estratégia que tende a trazer benefícios no longo prazo. 

Apesar do pessimismo, DESK3 ainda é destaque

Além disso, vale mencionar que mesmo com essa desaceleração, a Desktop ainda segue entre aquelas que mais crescem no setor, com uma expansão da base de +0,8% frente ao mês anterior, perdendo apenas para Brisanet e Vivo, mas ainda na primeira posição quando consideramos o crescimento desde dezembro do ano passado. 

Por fim, não podemos deixar de mencionar o novo foco da companhia no segmento B2B, que também pode ter impactado as adições líquidas no mês.

Lembrando que o serviço para empresas, apesar de render menos adições, costuma ter tickets até 3x maiores utilizando a mesma infraestrutura, o que proporciona receitas mais previsíveis, melhores margens e retornos. Essa será uma alternativa muito atrativa para a companhia, principalmente em um cenário que exige cautela. 

Por 6,7x lucros esperados para 2025, DESK3 continua na carteira.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.