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Discurso de Powell reforça expectativa de queda de juros nos EUA, e esse pode ser um bom momento para investir em ações atreladas ao dólar

Enzo Pacheco afirma que “o mundo tem migrado para a bolsa americana” em busca de diversificar o patrimônio ao investir em algumas das maiores empresas do mundo

Por Anna Larissa Zeferino

11 jul 2024, 14:54 - atualizado em 11 jul 2024, 14:54

Jerome Powell Fed Mercado
Imagem: Divulgação/Fed

O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, visitou o Senado e o Congresso norte-americanos, nos dias 9 e 10 de julho, para apresentar um relatório sobre o estado atual da economia e as políticas monetárias implementadas no país no primeiro semestre de 2024.

Os Estados Unidos vêm sustentando sua taxa básica de juros na faixa de 5,25% a 5,5% (patamar alto para seus padrões) há quase um ano, como estratégia de controle inflacionário, e esse foi o tema central do discurso. 

Depois de uma sequência de dados que indicavam uma economia ainda aquecida e inflação persistente, os indicadores finalmente começam a mostrar sinais de desaceleração. Em sua fala, Powell confirmou que “a economia americana não está mais superaquecida”, e que “o mercado de trabalho parece estar de volta ao equilíbrio por completo”.

Esse momento pode ser aquele que o investidor precisava para começar a investir na bolsa norte-americana, caso não o tenha feito antes. Vamos entender o porquê (e como fazer) a seguir.   

A queda dos juros e a bolsa americana

Os dados de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos podem significar que a missão dos juros altos foi cumprida, e os cortes nos juros podem começar em breve. 

A maior parte do mercado já precificava – antes mesmo do discurso de Powell – que o primeiro corte ocorreria em setembro, expectativa reforçada nesta semana.

Powell afirmou que o Comitê de Política Monetária “não acredita ser apropriado reduzir o intervalo da taxa de juros até que [tenham] maior confiança de que a inflação esteja em queda, chegando aos 2%”, a meta oficial de inflação. 

Porém, completou em seguida: “os dados mais recentes da inflação mostraram um pouco mais de progresso, e mais dados positivos reforçariam nossa confiança de que a inflação está chegando em 2%”.

Ou seja, o comitê está pronto para cortar os juros em breve, mesmo com a inflação acima da meta de 2%, desde que estejam confiantes o suficiente de que a marca está a caminho de ser atingida. 

Em um cenário de queda de juros – movimento chamado de afrouxamento monetário – a tendência é que os resultados das empresas melhorem, já que menos juros significam uma economia mais aquecida e mais dinheiro circulando na sociedade.

Além disso, os investimentos em renda variável se tornam ainda mais atrativos em relação à renda fixa, que tem seus ganhos atrelados às taxas de juros. E a renda variável norte-americana tem alguns diferenciais interessantes. 

Então, caso você esteja se questionando o porquê de investir na bolsa norte-americana, vamos entender o que a torna mais atrativa mesmo se a perspectiva atual também estiver favorável para a bolsa no Brasil. 

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O poder da bolsa americana

A bolsa norte-americana é quase como “autoexplicativa”. Está localizada no país considerado referência para a economia do mundo, e acaba por ser o lar de empresas de alta relevância a nível global. 

Investir na bolsa americana pode significar investir em ações de empresas detentoras dos maiores valores de mercado do mundo, como, por exemplo, Nvidia e as big techs (Google, Apple, Amazon, Meta e Microsoft). 

Podemos trazer abaixo um comparativo que ilustra a relevância dos ativos americanos, comparando-os com a performance acumulada dos principais índices de bolsas internacionais em 2024:

Performance acumulada em 2024 de índices de bolsa por país/região, precificadas em dólar. (Fonte: Bloomberg e Empiricus)

Nota-se que um bom grupo de índices (como o Stoxx 50, da Zona do Euro, e até mesmo o Merval, da bolsa argentina) registram alta até agora, mas o S&P 500 (índice das 500 maiores empresas listadas nos EUA) registra a melhor performance entre eles. 

Lembrando que, conforme mencionamos anteriormente, os EUA vivem um momento de juros altos desde o ano passado – mesmo assim, isso não interferiu no resultado acumulado do S&P 500, pois a bolsa americana é a casa das maiores empresas de tecnologia envolvidas com inteligência artificial, tema “queridinho” entre os investidores. 

Essas empresas foram as responsáveis por grande parte da alta da bolsa norte-americana, que renovou suas máximas algumas vezes em 2024. Apenas a Nvidia, empresa de semicondutores diretamente ligada à narrativa da IA, subiu mais de 170% este ano.

Logo, mesmo em um cenário de juros altos, os investidores – especialmente aqueles que alocaram recursos em tecnologia – puderam lucrar na bolsa dos EUA. Agora, com a queda de juros, é esperado que os demais setores também se comportem de maneira positiva com o reaquecimento da economia. 

Enquanto isso, em um cenário em que até o índice argentino tem alta acumulada (impulsionado pelas reformas do presidente Javier Milei), o nosso índice Ibovespa registra queda, refletindo o cenário nacional turbulento dos últimos meses.

Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual, comenta o cenário: “Muita água passou por debaixo da ponte nesses seis primeiros meses do ano, mas uma coisa deve ter ficado clara para o investidor brasileiro: a importância da diversificação geográfica dos seus investimentos.” 

“O mundo está migrando para a bolsa americana”

Em entrevista ao programa Onde Investir (do portal Seu Dinheiro) do mês de julho, perguntado se os investidores brasileiros têm migrado do país para fazer investimentos no exterior, Enzo respondeu: “não só [investidores] do Brasil. Acho que o mundo inteiro está migrando para a bolsa americana buscando alternativas de investimento, principalmente empresas de tecnologia e de inteligência artificial”.

Enzo também afirmou a importância de ter-se patrimônio atrelado ao dólar: “Eu acho que o investidor tem que ter uma posição em dólar a todo momento. […] Eu prefiro pensar em uma carteira em que há [sempre] um percentual em dólar”.

E para quem não sabe como isso funciona, por onde começar?

Por onde começar a investir na bolsa americana

A boa notícia é que você não precisa começar a investir na bolsa americana “no escuro”, sem a ajuda de escolhas profissionais. Pensando nisso, Enzo selecionou a dedo os 10 melhores BDRs para comprar agora, e os transformou em uma carteira recomendada para este mês. 

BDRs são certificados que representam, na bolsa brasileira, ações listadas em mercados estrangeiros. A vantagem de investir em BDRs é a possibilidade de investir em empresas do exterior sem sair do Brasil ou abrir uma conta em corretora estrangeira.

Com a carteira recomendada, o investidor diversifica seu portfólio com as melhores apostas do mercado americano no momento – e não só em tecnologia e inteligência artificial.

A carteira recomendada está disponível para consulta de forma 100% gratuita. Você só precisa fazer sua leitura e tomar suas decisões de investimento no seu tempo. 

Tem de tudo: composição da carteira

A carteira internacional desse mês traz empresas como: 

  • Uma big tech chinesa cujas ações têm potencial de valorização de quase 100% no futuro próximo;
  • Empresa de computação que também vem crescendo no mundo da IA, estimando uma fatia de US$400 bilhões desse mercado;
  • Petrolífera com planos de altos retornos aos seus acionistas, mirando em um dividend yield de quase 5%;
  • Uma rede de fast food altamente lucrativa, cujas vendas anuais estão na casa dos US$75 bilhões

Lembrando que você pode conferir a lista completa, juntamente com a tese por trás das recomendações, sem pagar nada por isso – basta apenas clicar no botão abaixo.

Sobre o autor

Anna Larissa Zeferino

Jornalista e entusiasta do mercado financeiro, migrou oficialmente para a área há dois anos. Escreve para os portais Seu Dinheiro, Money Times e Empiricus.