Na quarta (7), antes da abertura dos mercados, a gigante do entretenimento Disney (B3: DISB34 | NYSE: DIS) apresentou aos investidores os seus resultados do terceiro trimestre fiscal de 2024 (encerrado em junho). A companhia surpreendeu os analistas, com o lucro por ação bem superior às projeções.
Todas as linhas de negócio da Disney cresceram no trimestre
No período, a companhia de Mickey e sua turma reportou receita de US$23,155 bilhões, valor 3,7% superior ao apresentado no mesmo trimestre do ano passado.
Analisando por linha de negócio, todas tiveram vendas maiores na comparação anual: Entretenimento, US$10,580 bilhões (+4,5% vs. 3T23); Esportes, US$4,558 bilhões (+5,1%); e Experiências, US$8,386 bilhões (+2,3%).
Dentro da parte de Entretenimento, o segmento de streaming foi o vetor de crescimento, com receita de US$5,805 bilhões (+15,1% vs. 3T23). Por outro lado, a parte de Redes de TV (US$2,663 bilhões, -7,3%) e de Venda de Conteúdo/Licenciamento (US$2,112 bilhões, -4,4%) não permitiram que o resultado fosse ainda melhor.
A parte de Esportes continua mostrando a sua importância para o negócio, tendo apresentado aumento nas vendas em todas seus segmentos, com as operações domésticas crescendo 5% (US$3,908 bilhões) e as internacionais, 6% (US$371 milhões), compensado pela estabilidade da receita da Star India (US$279 milhões, +0,7%).
A linha de Experiências, que englobam os parques, cruzeiros, resorts, teve aumento de receitas tanto nas operações domésticas (US$5,820 bilhões, +3% vs. 2T23) e nas internacionais (US$1,602 bilhões, +4,5%), mas as vendas de produtos recuaram na comparação anual (US$964 milhões, -5,3%).
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Lucro operacional da Disney expandiu 18,7%
Mesmo com esse leve aumento na receita, a companhia conseguiu apresentar um lucro operacional 18,7% maior em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando US$4,225 bilhões.
E o grande responsável por isso foi a parte do Streaming. Isso porque o lucro operacional de Entretenimento somou US$1,201 bilhão, ante US$408 milhões no 3T23. E, dentro desse segmento, o prejuízo operacional foi de apenas US$19 milhões, comparado com perdas de US$505 milhões um ano atrás.
Quando somados os números do ESPN+ (streaming da parte de Esportes), este foi o primeiro trimestre (e um trimestre antes do planejado pela direção) em que esses serviços apresentaram lucro operacional: US$47 milhões, para receita de US$6,379 bilhões, comparado com prejuízo de US$512 milhões com vendas de US$5,525 bilhões no 3T23.
Além dele, a Venda de Conteúdo/Licenciamento, que também tinha apresentado prejuízo no 3T23 (US$112 milhões) virou para um lucro operacional de US$254 milhões, que se beneficiou dos ótimos números obtidos com a bilheteria de “Divertida Mente 2”.
Já a parte de Esportes e Entretenimento apresentaram queda nos lucros operacionais, com o primeiro totalizando US$802 milhões (-6,1% vs. 3T23) e o segundo, US$2,222 bilhões (-3,3%).
Na linha final de resultado, o lucro líquido ajustado da Disney foi de US$2,782 bilhões, o equivalente a US$1,39 por ação, valor 34,9% acima do reportado um ano antes.
O que os executivos da companhia dizem?
Apesar das boas notícias na frente dos streamings como na retomada de produções de qualidade pelos seus estúdios — lembrando que o segmento deve reportar bons números nesse trimestre, dado o sucesso do novo filme da franquia Deadpool —, as falas dos executivos em relação a parte de Experiências acabou pesando no ânimo dos investidores.
Isso porque, segundo a direção, a moderação da demanda no 3T24 na parte doméstica deve se estender para os próximos trimestres. Apesar de estarem trabalhando para reduzir os custos de operação, assim como monitorando a presença e gastos dos clientes, a expectativa é de que o lucro operacional do segmento apresente queda de mais de 5% na comparação anual.
Sem falar que as suas operações internacionais também tiveram um trimestre difícil, com a redução de demanda na Disneyland Paris (por conta das Olimpíadas) assim como um recuo nos gastos dos parques na China (refletindo o momento econômico difícil no país).
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O que achamos dos resultados de Disney?
Entretanto, mesmo com essas dificuldades no segmento que vinha sendo o principal vetor de lucratividade e rentabilidade da empresa como um todo, os bons resultados recentes permitiram a direção revisar para cima sua expectativa de crescimento no lucro por ação — que deve ter um aumento de 30% em relação a 2023, comparado com 25% projetado anteriormente.
Um dia antes da divulgação dos resultados, a empresa também havia anunciado o aumento dos preços dos serviços de streaming em até 25%. Ainda que esse acréscimo possa causar uma queda no número dos assinantes, outras experiências de algumas de suas rivais não indicam isso.
O que esperar à frente?
A tendência é que esse segmento continue melhorando sua lucratividade: no 4T22, essa parte do negócio tinha prejuízo operacional de mais de US$1,5 bilhão. Assumindo uma margem operacional menor do que a da Netflix (que roda perto dos 30%), mesmo uma margem de 20% representaria mais US$5 bilhões em lucro operacional para a empresa.
Não vai ser do dia para noite que a Disney vai conseguir esse tipo de resultado nos streamings. Mas, dado o seu valor de mercado atual (US$156 bilhões), mesmo com a empresa divulgando um resultado similar no próximo trimestre, ela ainda estaria negociando por menos de 20 vezes seus lucros futuros.
Dada a qualidade da marca, ainda que sofrendo no curto prazo por conta dos seus parques e resorts, enxergo nas ações da Disney (B3: DISB34 | NYSE: DIS) uma boa alternativa no mercado atual — ainda mais considerando a queda recente no papel.
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