Investimentos

Diversificação geográfica é ponto forte da WEG (WEGE3), que se mostra cada vez mais rentável; entenda

Analista avalia como positivo o resultado do quarto trimestre da companhia, o qual foi previsto na Série As Melhores Ações da Bolsa; “mesmo que WEG não seja uma barganha na Bolsa, tem gerado valor aos acionistas”, avalia

Por Mateus Cerqueira

18 fev 2022, 16:35 - atualizado em 18 fev 2022, 16:44

Com operações industriais em 12 países, WEG, empresa especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, automação e soluções em tecnologias de energia fotovoltaica, tem surfado em receita dolarizada, na qual se protege de oscilações bruscas de câmbio. O apontamento é do analista de investimentos da Empiricus, Fernando Ferrer, integrante da série As Melhores Ações da Bolsa.

“Isso é um aspecto bastante positivo para o negócio, pois, além da diversificação geográfica em sua carteira de clientes, trazendo boa resiliência, há também uma diversificação cambial com parcela importante da receita dolarizada,” diz. 

O analista avalia que a empresa tem se tornado cada vez mais rentável e os últimos resultados trimestrais, com números acima das expectativas do mercado, confirmam isso. No quarto trimestre de 2021, o lucro da Weg avançou 17,8%, chegando a R$ 874 milhões, acima dos R$ 827 milhões projetados. Considerando a sua receita operacional líquida, 56% vêm do mercado externo, e 44% do interno. 

Panorama dos resultados: 

Com uma ampla linha e negócios, os segmentos da empresa que se destacaram no 4T21 –  em relação ao mesmo trimestre de 2020 – são:

  • Equipamento Eletrônicos Industriais (EEI) com crescimento de 27,6%;
  • Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) com crescimento de 48,0% 

No 4T21, a linha equipamentos eletrônicos industriais registrou receita de R$ 3,26 bilhões, impulsionada pela continuidade da retomada pós pandêmica da atividade industrial nos mercados internos e externos. O destaque fica para os setores ligados às commodities.

Do outro lado, no mercado interno, os resultados da linha GTD foram puxados pelas vendas de equipamentos relacionados à geração de energia solar e geradores elétricos. Em seguida, em transmissão e distribuição de energia, os negócios foram alavancados pela venda de transformadores de grande porte.

“Isso representa R$ 23,5 bilhões em vendas líquidas, ou seja, um crescimento de 34,9% em relação a 2020”, pontua Ferrer.

Superação da crise na cadeia global de suprimentos 

Com a crise na cadeia global de abastecimento, as margens da companhia foram pressionadas pelo aumento dos custos de produção, o qual cresceu em 7,3% em relação ao 3T21, acima das receitas. Assim, a margem bruta acabou penalizada em 1,2 ponto percentual, com o fechamento do trimestre em 27,6%.

Apesar desse desfalque, a WEG apresentou um crescimento consistente em seu lucro líquido, que fechou o 4T21 em R$ 874 milhões. 

Para o analista da Empiricus, isso pode ser explicado pelo recuo da margem ebitda (lucros antes dos juros, imposto, depreciação e amortização) em 2,9% pontos percentuais. 

“Mesmo não negociando a múltiplos de barganha (34,9 vezes seus lucros e 26,7 vezes Ebitda para 2022), a WEG continua mostrando em seus resultados a capacidade de gerar retornos aos seus acionistas,” observa. 

Ele analisa que com um “portfólio diversificado e alicerçado em tecnologias de ponta, a companhia segue com uma boa margem de segurança aos investidores”, finaliza.

Sobre o autor

Mateus Cerqueira

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo. É integrante da equipe de conteúdo da Empiricus. Teve passagem pela Jornalismo Júnior (ECA-USP) e já atuou como assistente de comunicação na Força Área Brasileira.