Pacote fiscal, queda do Ibovespa, dólar nas alturas… Entre essas e outras incertezas no cenário macroeconômico do último ano, o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, conta como elas afetaram os resultados da carteira de dividendos.
“Em um contexto difícil, a gente viu o Ibovespa [principal índice de ações da bolsa brasileira] cair 10% no ano de 2024, um desempenho muito negativo. Ainda mais ao considerar que a piora do mercado leva o investidor a tirar as ações da carteira, o que ele não deveria fazer,” afirma Hungria em entrevista ao Giro do Mercado do Money Times, portal de notícias do Grupo Empiricus.
‘Porto seguro’ da carteira: PSSA3
Hungria destaca os resultados da Porto (PSSA3) por sua estabilidade dentro do mercado, apesar das turbulências que marcaram 2024. O analista reconhece a PSSA3 como uma companhia “blindada” por conseguir se desvencilhar do aumento dos juros e do dólar.
Além disso, as novas vertentes, como os serviços de seguro de saúde e de banco, vêm trazendo bons retornos.
Decepção influenciada pelo mau humor do mercado
Por outro lado, o analista aponta que uma das decepções foi a B3 (B3SA3), pois a empresa está diretamente ligada ao apetite por risco do mercado em geral. Logo, um ambiente de incertezas que tende ao investimento conservador afeta as ações B3SA3.
Ainda assim, o analista ressalta que no mês de dezembro – apesar de ter sido muito negativo para o Ibovespa –, a empresa conseguiu subir em 10% o valor do papel.
Direcional no ano velho, Itaú no ano novo
O analista enfatiza que a retirada da Direcional (DIRR3) da carteira não se deve ao possível mal desempenho que ela pode trazer. Pelo contrário, ele diz que ela deve ser um dos destaques em 2025 entre os dividend yields.
Porém, Hungria disse que a prioridade no momento é um nome mais safe haven, ou seja, mais consolidado no mercado. Assim, quem assume esse espaço na carteira de dividendos de janeiro é o Itaú (ITUB4), que historicamente se provou um nome resiliente em crises.
Por que apenas Itaú, e não Itaúsa também?
O analista conta que a diferença entre as duas companhias financeiras no passado não era tão marcante, pois os papéis do Itaú (ITUB4) predominavam no portfólio da Itaúsa (ITSA4), o que atualmente está mais diversificado em outros ativos.
“Eu não vou entrar no mérito se é bom ou ruim investir mais em outros ativos. A questão é quanto mais você diversifica, menos direta é essa relação entre Itaú e Itaúsa. O que adiciona níveis de complexidade no investimento a depender da diversificação da carteira ITSA4”, explica Hungria.
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No quadro abaixo, você confere a entrevista completa do analista Ruy Hungria no Giro do Mercado: