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Dólar: Copom deve atuar como divisor de águas no câmbio na próxima semana; veja o que diz analista

Analistas comentam o que esperar do dólar na semana do Copom e os novos entraves geopolíticos dos Estados Unidos com outros mercados globais.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

16 mar 2025, 09:00

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Imagem: iStock/ Berkut_34

O dólar vem sofrendo quedas sucessivas em relação ao real, repercutindo dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos e entraves geopolíticos. 

Na parte estrangeira, a cotação do dólar é abalada pela guerra tarifária promovida por Donald Trump. Enquanto isso, no Brasil, dados econômicos dentro das expectativas seguram o real até o momento. 

De olho no câmbio, a analista de fundos de investimentos da Empiricus Research, Lais Costa, acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana deverá ser um divisor para a moeda brasileira. 

“Até a decisão do Banco Central, na quarta-feira (19), o dólar mais fraco deve continuar prevalecendo no mercado internacional. O Federal Reserve deve se manter cauteloso, mas as incertezas das tarifas devem continuar contaminando o dólar”, afirma Costa. 

Após a definição da nova taxa Selic, entretanto, a analista prevê uma alteração nas cotações. “Depois do Copom, o mercado deve precificar uma possível guinada mais ‘dove’ do BC e o real deve perder força contra o dólar”, comenta. 

Destaques do dólar na semana

No dia seguinte à imposição da tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio que chegam aos EUA, o presidente norte-americano ameaçou a União Europeia com a aplicação de novas taxas, tendo como alvo os vinhos e champagnes da região.  

Na visão do analista de macroeconomia da Empiricus Research, Matheus Spiess, os avanços de Trump não estão fazendo os países se intimidarem. “Pelo contrário: cada nova tarifa imposta pelos EUA tem sido respondida com medidas de igual intensidade, transformando o embate comercial em um jogo de resistência”, conta o analista. 

Trump ameaçou impor uma tarifa de 200% sobre vinho, champagne e outras bebidas alcoólicas francesas e europeias como um todo, caso o bloco  prossiga com a retaliação às tarifas americanas sobre aço e alumínio – que incluem uma taxação extra sobre o uísque americano.

O “tarifaço” de Trump gera preocupação entre investidores globalmente, pois deve refletir em preços mais altos nos EUA, pressionando ainda mais a inflação no país. Ademais, esse cenário ameaça o crescimento econômico e aumenta o risco de uma guerra comercial global.

“Ao insistir em desmontar esse sistema a golpes de canetadas e bravatas, Trump não está apenas criando incerteza para os mercados – ele está brincando com os próprios alicerces da ordem econômica global que ajudou os EUA a se tornarem a potência que são hoje. No longo prazo, ele está minando justamente a posição privilegiada dos EUA na economia mundial”, avalia Spiess. 

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.