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Dólar sobe? Entenda como o desempenho de Kamala Harris e Donald Trump no debate pode impactar a moeda

Após o primeiro debate presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump nesta terça-feira (10), veja os possíveis impactos do evento na economia americana.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

11 set 2024, 14:57 - atualizado em 11 set 2024, 16:25

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Imagem: iStock/ DesignRage

O debate presidencial americano entre Kamala Harris e Donald Trump nesta terça-feira (10) foi marcado por uma postura mais firme do que esperada por parte da candidata democrata, enquanto o republicano manteve uma postura essencialmente defensiva. O evento foi organizado e televisionado pela emissora ABC News. 

Debate Kamala X Trump: impactos na economia 

Este foi o primeiro encontro dos candidatos à presidência dos Estados Unidos desde o início da campanha de Harris, que assumiu o lugar do atual presidente Joe Biden na corrida eleitoral. 

Para além da política, muito se especula sobre os impactos que o evento poderia causar nos investimentos internacionais – e se poderiam também ecoar no mercado brasileiro. 

O head de análise da Empiricus Gestão, João Piccioni, afirma que não vê o debate influenciando de sobremaneira os ativos de risco. 

“Me parece que os efeitos provenientes dos indicadores econômicos, inflação em especial, deverão repercutir mais intensamente”, diz Piccioni. 

Apesar disso, o especialista acredita que alguns segmentos específicos, como de energia e criptomoedas, podem ter alguns abalos após uma possível guinada de votos em direção à Harris. 

“Lá fora, os efeitos sobre o setor de energia renovável parecem ser mais claros, dada a possibilidade da continuidade da política do Biden [de subsídios aos projetos de energia limpa]. As criptomoedas, neste primeiro momento, podem sofrer, dada a leitura mais simplista de que o Trump é um ‘padrinho’do segmento”, adiciona Piccioni.  

Kamala supera Trump em debate: para onde isso leva o dólar?

Parece ser um consenso no noticiário do dia: se não foi um empate, Kamala teve um desempenho melhor do que Donald Trump no debate. Isso se deu especialmente pela postura irônica da candidata, que colocou o republicano na defensiva e o fez recorrer para teorias conspiracionistas, sendo corrigido ao vivo pelos mediadores da emissora. 

O desempenho da democrata, contrapõe Piccioni, não deve ter um efeito claro em termos de câmbio. “Nos últimos pregões, o real brasileiro se desvalorizou bastante, ao mesmo passo das commodities, desconstruindo um pouco a ideia de que o movimento deveria advir do debate”, comenta. 

Na sua visão, os verdadeiros efeitos de um avanço de Harris na corrida eleitoral – que diminuiu a diferença nas pesquisas consideravelmente em relação a Biden – deverão aparecer em um prazo mais prolongado.

Sobre as políticas de Harris, o analista acredita que a vice-presidente deve seguir a dinâmica de Biden e do partido democrata como um todo. “As propostas assistencialistas, em sua maioria, foram adotadas durante o governo do Biden. O que não conseguimos enxergar é essa dinâmica de aliados e parcerias. Só sabemos que continuarão duros contra a China”, aponta. 

Por fim, o especialista pontua que ainda temos muitas incertezas se acumulando. 

“Difícil distinguir, entre as propostas de ambos, quão favorável serão as políticas para os países emergentes. Por ora, minha impressão é que ambos guardam bastante protecionismo e não têm políticas externas claras. Mas me parece que o fortalecimento do dólar é uma bandeira mais democrata, dada a atuação vocal do Trump [republicano] reforçando a ideia de que a moeda americana precisaria se desvalorizar”, conclui Piccioni.

Neste ritmo, vale ao investidor fazer uma boa seleção de investimentos internacionais que sejam promissores no contexto. No link a seguir, é possível acessar um relatório gratuito com 10 ações estrangeiras bem avaliadas pelos analistas da Empiricus Research para capturar lucros dolarizados. Veja aqui.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.