Depois de iniciar os estudos para uma possível migração para o Novo Mercado, a Eletrobras (ELET3; ELET6) anunciou, nesta semana, que desistiu do movimento, pelo menos por enquanto.
As justificativas foram o atual cenário macroeconômico e as condições de mercado – na nossa opinião, isso é “conversa para boi dormir”.
Nós entendemos que o grande entrave provavelmente está relacionado à relação de troca. Cada ELET6 teria direito de ser trocada por 1,1 ELET3 no ato da migração, o que não deve ter agradado os ordinaristas, que por sua vez devem ter dado indícios de que não aprovariam a relação proposta.
Antes de continuar, é bom lembrar que o prêmio de 10% tem fundamento econômico. Ele foi definido de acordo com os 10% a mais de dividendos que cada ELET6 tem direito de receber de acordo com o estatuto.
Mas para que a migração pudesse ocorrer, seria preciso a aprovação de ambas as classes, o que deve ter ficado claro que não aconteceria nas conversas do management com os maiores acionistas antes de levar a proposta para votação.
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Eletrobras mantém prêmio de dividendos para os preferencialistas
A notícia é obviamente negativa, já que reduz as chances da migração da Eletrobras para o nível mais elevado de governança da bolsa, além de levantar dúvidas sobre a possibilidade de uma relação de troca com prêmio para ELET6 no futuro.
Por outro lado, mantém o prêmio de dividendos para os preferencialistas neste momento, algo que damos bastante importância.
Como ponto positivo do comunicado, a gestão disse que vai realizar a incorporação das ações das controladas CHESF, Eletrosul, Eletronorte e Furnas, dando passos adicionais em busca de uma estrutura mais enxuta, com melhoria de custos e maior eficiência fiscal.
Aliás, em evento recente com o mercado, o CEO, Wilson Ferreira Jr, apresentou várias medidas pós privatização para tornar a Eletrobras a líder do setor em eficiência operacional até o fim de 2023.
Além da racionalização da estrutura e da venda de subsidiárias praticamente inúteis, a companhia já implementou um programa de demissão voluntária relevante (com custo de R$ 1 bilhão e payback de 11 meses) que deve ser finalizado antes do fim de 2022, e agora conta com equipes dedicadas para renegociar dívidas e passivos passivos contingentes.
A migração para o Novo Mercado ajuda, é claro, mas a Eletrobras não depende dela para proporcionar ótimos dividendos no futuro. Assim, ELET6 segue na carteira da Empiricus focada em dividendos, Vacas Leiteiras.
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