
Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil
A Eletrobras (ELET6) anunciou ao mercado que concluiu as negociações com a União, que envolvia entre outros pontos o poder de votos do governo e a participação da companhia na Eletronuclear.
Segundo o documento, o governo passará a ter três dos dez assentos no conselho de administração, e um dos cinco assentos no conselho fiscal. No entanto, os votos do governo (e de qualquer acionista) seguem limitados a 10% das ações, o que reduz bastante os riscos de interferência política.
Além disso, se em algum momento o governo reduzir sua participação para menos de 30%, perderá um assento no conselho de administração.
Acordo no segmento nuclear também foi positivo para a Eletrobras
Com relação à Eletronuclear, a Eletrobras emprestará a ela R$ 2,4 bilhões para o financiamento do projeto de extensão da vida útil de Angra 1, em tranches de acordo com a evolução do projeto. Em troca, receberá uma remuneração atrelada à NTN-B acrescida de juros. Dos R$ 2,4 bilhões emprestados, R$ 1,9 bilhão poderá ser convertido em participação acionária na Eletronuclear caso algumas metas sejam atingidas, como melhora no nível de gastos gerenciáveis.
Por outro lado, a Eletrobras não terá mais a obrigação de realizar novos aportes no segmento nuclear, o que reduz sensivelmente o risco da tese, dadas as incertezas de retorno desses ativos e os pesados investimentos necessários.
Além disso, os recebíveis de Angra 1 passam a ser dados como garantia para a Eletrobras, e a União se compromete a colaborar na busca de um novo sócio que assuma a participação da Eletrobras na Eletronuclear.
Agora os termos seguem para aprovação dos acionistas e do Supremo Tribunal Federal, mas desde já reduzem drasticamente os riscos envolvendo a tese.
Fim do embate com a União pode ‘destravar’ ações da Eletrobras
Como temos comentado, a Eletrobras vem apresentando diversas melhorias nos últimos trimestres, especialmente em termos de gastos gerenciáveis, redução de compulsórios, melhorias nas estratégias de comercialização, elevação na distribuição de proventos, entre outros.
Mesmo assim, as ações não andaram conforme os fundamentos, o que em nossa visão está muito relacionado ao longo embate com a União, que começou em 2023, e que agora não deve mais ser um problema.
A Eletrobras segue como recomendação de compra em várias carteiras da Empiricus Research.