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Eletrobras (ELET6) evolui na linha de despesas, cresce Ebitda e mantém alavancagem controlada no 3T23

Graças ao crescimento do Ebitda em 42% no trimestre, a companhia conseguiu manter a alavancagem em um patamar saudável.

Por Ruy Hungria

08 nov 2023, 11:13 - atualizado em 08 nov 2023, 11:13

Eletrobras (ELET3, ELET6)
Imagem: Divulgação

A Eletrobras (ELET6) divulgou os resultados do 3T23 mostrando mais algumas evoluções desde sua privatização, especialmente na linha de despesas e no gerenciamento de contingências (empréstimos compulsórios). 

Receita líquida de Eletrobras cresceu 9% contra o 3T22

A receita líquida aumentou em 9% na comparação anual e chegou a R$ 8,7 bilhões. Apesar da queda da receita do segmento de geração (-5% vs. o 3T22), ainda impactado pelos baixos preços de energia em função do elevado nível de reservatórios, o segmento de transmissão mais do que compensou (alta de 39% vs. o 3T22), ajudado por reajustes tarifários no período. 

Custos e despesas recorrentes recuaram em 7%

No trimestre, os custos e despesas recorrentes caíram -7%, para R$ 5,8 bilhões. Destaque para a linha de PMSO (Pessoas, Materiais, Serviços e Outros), os chamados gastos gerenciáveis, que recuaram – R$ 270 milhões (-14% ante o 3T22), já refletindo os planos de demissão voluntária e simplificação da estrutura. 

No trimestre, também tivemos redução relevante de -R$ 500 milhões no nível de provisões para perdas, já refletindo avanços das negociações e acordos envolvendo os empréstimos compulsórios. 

Aliás, é importante mencionar que o estoque provisionado caiu de R$ 22,1 bilhões para R$ 19,1 bilhões em apenas um trimestre. Depois de praticamente um ano de avanços lentos neste tema, o mercado deve gostar dessa aceleração no 3T23, já que o montante é relevante e sua redução é crucial para a diminuição da percepção de risco e criação de valor da tese. 

Ebitda cresceu 42%

Considerando apenas os números recorrentes, o aumento da receita combinado com o maior controle de custos resultou no crescimento de 42% do Ebitda, que atingiu R$ 4,5 bilhões, com margem de 52%. 

Apesar do bom crescimento dos resultados operacionais, o maior endividamento no período, reflexo das incorporações da Santo Antônio Energia, Teles Pires e novas captações, contribuiu para maiores gastos com juros. Com isso, o resultado financeiro piorou cerca de R$ 900 milhões. 

Mesmo assim, o lucro líquido mostrou crescimento relevante de quase R$ 1,5 bilhão, por conta da melhora do Ebitda já mencionada e também pelo impacto positivo na linha de imposto de renda. 

Apesar do aumento do endividamento, é importante mencionar que o crescimento do Ebitda permitiu que a alavancagem permanecesse em 2,0x dívida líquida/Ebitda, um patamar bastante confortável. 

A percepção da Empiricus Research sobre Eletrobras (ELET6)

Aos poucos, a Eletrobras tem conseguido mostrar para o mercado as evoluções prometidas na época da privatização, com os avanços acelerando especialmente nos dois últimos trimestres. 

Por menos de 6x Valor da Firma/Ebitda esperado para 2024 e melhora na capacidade de distribuição de dividendos nos próximos anos, a Eletrobras (ELET6) segue como uma recomendação da Empiricus Research.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.