Investimentos

Elevação dos juros favorece bancões; Fleury (FLRY3) investe em oncologia; Votorantim avança no lucro e Eletrobras (ELET6) no radar

Felipe Miranda analisa diariamente pontos relevantes do mercado em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram; confira

Por Daniela Rocha

18 maio 2022, 11:57 - atualizado em 19 maio 2022, 14:41

Imagem de gráficos e números em alusão ao comportamento do mercado financeiro
Reprodução: Sawai/ Adobe

O ambiente continua nebuloso para os mercados globalmente. As preocupações são em relação à Covid-19 na China e ao ritmo de aumento dos juros nos Estados Unidos. Agora, há um ponto de atenção adicional. A Finlândia e a Suécia protocolaram seus pedidos de adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – que ainda depende de um processo de aprovação – porém, isso pode agravar o conflito entre Rússia e Ucrânia.

“Fica o receio de eventual reação de Vladimir Putin”, comentou Felipe Miranda, CEO e estrategista da Empiricus, nesta quarta-feira (18/05) em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, canal de comunicação com assinantes. Esse elemento geopolítico gera mais aversão ao risco e faz a cotação do petróleo subir. 

Ontem, Jerome Powell, presidente do Fed (banco central norte-americano) disse em evento do The Wall Street Journal que continuará com a política de aperto monetário até ver sinais claros de arrefecimento nos preços. “Ele foi mais duro, dizendo que não vai hesitar em combater a inflação”, avalia o analista. Portanto, houve uma mudança no tom do líder da autoridade monetária americana em relação ao seu discurso anterior mais dovish (brando).

Esse movimento de elevação da taxa de juros na economia americana e em âmbito global impacta negativamente cases de tecnologia e de crescimento mais agressivos, ou seja, empresas que buscam avançar em receitas e lucros em uma janela temporal mais ampla. Nesse cenário, costuma haver melhor performance em ativos da velha economia, com geração de caixa consistente no presente. 

“Isso traz um prognóstico mais favorável, por exemplo, para os bancos tradicionais, não os bancos do ‘financial deepening’. Refiro-me aos bancões como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander, em detrimento de Nubank, Banco Inter e afins”, diz Felipe. 

Agenda de balanços do 1T22 terminando e assuntos corporativos no radar

Imagem de gráfico com números os quais representam as oscilações no valor dos FIIS
Finance report photo created by pressfoto

Lucro do Grupo Votorantim dispara 

A safra de balanços do primeiro trimestre do ano está chegando ao fim. Em seu grupo no Telegram, Felipe disse que o resultado do Grupo Votorantim é positivo. A holding de negócios de cimento, alumínio, zinco e energia registrou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, avanço de 50% sobre o mesmo período de 2021.  Houve crescimento de 19% na receita, totalizando R$ 11,7 bilhões. Já o Ebitda ajustado somou R$ 2,2 bilhões.

Grupo Fleury (FLRY3) investe em oncologia

O Grupo Fleury busca crescer em novas frentes. “Uma das grandes notícias é o Fleury entrando firmemente no ambiente de oncologia”, afirma o analista. 

A companhia firmou uma parceria com Bradesco Seguros e o Hospital Beneficência Portuguesa (BP) para montar clínicas e centros de tratamento no país. O investimento inicial conjunto será de R$ 678 milhões. 

Julgamento da privatização da Eletrobras (ELET6)

Está no radar do mercado a retomada do julgamento da privatização da Eletrobras pelo TCU (Tribunal de Contas da União). “Esse seria um trigger importante. Em meio às incertezas e aos trancos e barrancos, bem no ‘jeitão’ brasileiro, ainda acho que o cenário mais provável é de privatização”, ressalta Felipe. 

Ele tem destacado que a desestatização da Eletrobras contribuirá para um possível fechamento de capital da Coelce (COCE5), destravando seu valor. 

Para ter acesso ao grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, basta ser assinante de qualquer série essencial da Empiricus. Assim, todos os dias, você fica por dentro dos assuntos mais quentes do mercado e das análises do Felipe Miranda e sua equipe. 

Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.