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Em ‘corrida’ do varejo, Track&Field (TFCO4) dispara na frente no 2T23, com crescimento, rentabilidade e disciplina de capital; confira números

Diferente da maioria do varejo, a marca de moda esportiva encerrou o 2T23 sem dívidas e com caixa líquido de R$ 40 milhões.

Por Richard Carboni Camargo

15 ago 2023, 09:07 - atualizado em 15 ago 2023, 10:47

Track&Field (TCFO4)
Imagem: Divulgação/ Track&Field Shopping Leblon

A Track&Field (TFCO4) acaba de divulgar seu resultado do 2T23. A seguir, detalhamos o que os números nos mostram.

Expansão no volume de vendas

No consolidado, o “sell out” (volume de vendas) foi de R$ 263 milhões, um crescimento de 18,8% na comparação anual.

Entre os fatores que explicam o crescimento das receitas da Track & Field estão a abertura de 7 novas lojas do trimestre — todas elas no formato de franquias — e a excelente performance das lojas maduras, com o indicador de vendas mesmas lojas (SSS) subindo 13,2% na comparação anual.

Sobre este último, a boa performance da Track & Field contrasta com outros nomes do varejo de moda listados em Bolsa, muitos deles apresentando crescimento magro ou mesmo encolhimento nas vendas mesmas lojas.

Mérito das reformas nas lojas?

De acordo com o management, parte do bom desempenho precisa ser creditado às reformas que a empresa vem realizando em suas lojas. 

Entre as unidades que apresentam o novo conceito de loja da Track&Field, o crescimento foi de 33,9% nas lojas próprias e 34,3% nas franquias.

Em termos de capilaridade, a empresa encerrou o 2T23 com 339 lojas espalhadas pelo país, um crescimento de 9,4% versus o mesmo período de 2022.

Margem bruta cresceu 3%

No último trimestre (1T23), o único destaque negativo nos resultados foi a pressão nas margens. Neste trimestre, porém, graças a um mix de maior valor (especialmente peças de inverno) e a excelente performance do SSS, a margem bruta da companhia expandiu 3 pontos percentuais, totalizando 57,1%.

O lucro bruto totalizou R$ 88,9 milhões, crescimento de 25% versus o 2T22.

Despesas com vendas caíram 1%

Em termos de despesas operacionais, o bom desempenho das vendas permitiu à Track & Field colher benefícios de alavancagem operacional: as despesas gerais e administrativas cresceram em 0,8 p.p em percentual em relação às receitas, mas despesas com vendas encolheram 1 ponto percentual em relação ao 2T22.

No líquido, as despesas operacionais cresceram 17,6% no 2T23, abaixo do crescimento das receitas, alavancando as margens da companhia.

Track&Field tem uma das melhores margens Ebitda do varejo de moda

Ao final do trimestre o Ebitda ajustado foi de R$ 36 milhões, crescimento de 43% na comparação anual e com margem de 23%, uma das melhores do varejo de moda listados na B3.

Na última linha dos resultados, a Track & Field apresentou um lucro líquido de R$ 28 milhões, 52% superior ao mesmo período do ano anterior.

Resiliência é o nome

Tendo em vista os resultados divulgados nas últimas semanas por outras varejistas de moda, especialmente as de varejo esportivo, a Track&Field manteve-se muito mais resiliente que a média das empresas do setor, ao mesmo tempo que seguiu investindo forte no seu plano de expansão.

Para nós, o saldo do 2T23 é bastante positivo, marcado por crescimento, rentabilidade e disciplina de capital. 

Essa disciplina é fundamental para nossa tese de investimentos: enquanto a maioria do varejo vê seus resultados operacionais serem inteiramente direcionados ao juros das dívidas, a companhia encerrou o 2T23 sem dívidas, com uma posição de caixa líquido de R$ 40 milhões.

Negociada a aproximadamente 17x os lucros estimados para 2023, a Track&Field está entre as recomendações da série Microcap Alert da Empiricus Research.

Além de TFCO4, outras 10 small caps fazem parte da carteira da série. Para saber como investir em todas de uma vez a partir de R$ 1000 e diversificar sua carteira, clique aqui.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.