Os recentes desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, com as sanções econômicas impostas à Rússia, além da perspectiva de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve (FED, banco central norte-americano) têm acentuado a volatilidade no mercado de criptomoedas.
Com o início da guerra, em 24 de fevereiro, os principais ativos digitais estavam em queda. Segundo a CoinMarketCap, o Bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 35 mil, sendo negociado a US$ 34,9 mil, enquanto (ETH) o Ethereum estava precificado em US$ 2,3 mil.
Depois, os ativos conseguiram andar, com o BTC sendo negociado a US$ 44 mil, ao passo que que o ETH alcançou o valor de US$ 3,2 mil.
Porém, nos últimos 5 dias com recrudescimento da tensão geopolítica, o bitcoin voltou a apresentar queda intensa, passando para US$ 38,9 mil e o ETH, para US$ 2,6 mil, conforme dados apresentados na reportagem do Seu Dinheiro.
Diante do cenário de incertezas em relação aos impactos do conflito no leste europeu na economia global, acontece um movimento de aversão a risco.
No entanto, o momento exige cautela. Por isso, Vinícius Bazan, analista de criptomoedas da Empiricus e integrante da série Crypto Legacy, preparou aos assinantes da série uma cartilha de princípios, com lições cruciais para atravessar períodos de turbulência
Em recente relatório, ele analisa o atual contexto do mercado de criptomoedas e dispara que estamos diante de uma correção de preços que exigirá estratégias dos investidores. Você confere alguns pontos dessa cartilha a seguir:
A fatia ideal de cripto na carteira
Você está confortável com seus investimentos em cripto? Se não estiver dormindo bem, precisa revisar a sua exposição a esse mercado.
“Antes de mais nada, quem investe em cripto deve estar ciente que estamos diante de um ativo volátil por natureza. E quando temos eventos externos ao mercado, como este conflito no leste europeu, as criptomoedas podem sofrer maiores oscilações e é aí que o investidor deve fazer uma análise da porcentagem ideal desse ativo na carteira”, comenta Bazan.
As alocações nesse nicho devem estar baseadas no perfil de tolerância ao risco de cada pessoa, no qual se trabalha com o potencial de ganho e perda das moedas digitais. “É sempre válido colocar os pés no chão e reavaliar se a sua alocação percentual [de criptomoedas] está saudável e de acordo com os seus objetivos”.
Conforme ele, um patamar saudável é que as criptos devem representar entre 1% a 5% do patrimônio total, dependendo justamente do apetite ao risco de cada um.
E, claro, diversifique em criptos – ‘não coloque todos os ovos na mesma cesta’.
Criptomoedas a preços descontados: uma oportunidade de entrada
De acordo com o analista, em momentos de queda nos preços dos criptoativos, abre-se uma janela de oportunidade para compras.
No entanto, nessas circunstâncias, muitos investidores podem se defrontar com a dúvida se aplicações em cripto podem ser mesmo uma boa para a carteira.
“Nossa cabeça é programada para criar aversão a esse cenário e, com isso, por vezes acabamos nos impedindo de realizar uma compra a um preço descontado que, a longo prazo, faria todo sentido, mas que, no curto, dizemos para nós mesmos que vai ser ruim”, destaca Bazan.
Portanto, o analista enfatiza que embora em período de bear market (mercado em tendência de queda), o cenário seja negativo, é justamente nele que os investidores pessoas físicas podem se posicionar em bons projetos de criptos a valores atrativos. “Aqui, vale o velho ditado: compre na baixa e venda na alta.”
Não tome decisões por impulso
“Passar pelos períodos de correção e acumulação do mercado cripto significa ser paciente, entender a importância dos ciclos de bear market e bull market (alta do mercado), e assim evitar decisões por impulso”, diz o analista.
Segundo ele, atitudes impensadas ou intempestivas em momentos conturbados podem prejudicar o desempenho da carteira ou gerar perdas desnecessárias.
“É natural o medo e insegurança, mas, como sempre digo, tenha atenção aos movimentos do mercado e busque sempre análises fundamentadas. Ademais, tenha posições moderadas em criptoativos”, afirma.