A Apple (Nasdaq: AAPL | B3: AAPL34) divulgou seus resultados do 1T23, com queda marginal nas vendas, porém acima do esperado pelo mercado, graças a um excelente trimestre de vendas do iPhone.
No total, a Apple apresentou uma receita de US$ 94,8 bilhões no trimestre, 2% inferior na comparação anual, porém 2% acima do esperado pelo mercado.
Imediatamente após a divulgação, as ações passaram a subir cerca de 2% no pregão noturno, cotadas a US$ 170, próxima da máxima histórica.
Desafiador que nada: iPhone é destaque de vendas
Entre as linhas de negócio, a receita com a venda de iPhones somou US$ 51,3 bilhões, um valor 5% acima do esperado.
Mesmo num trimestre muito desafiador para o segmento mobile, com estimativas como a IDC de que as vendas de smartphones contraíram 15% neste começo de 2023, a Apple mostrou mais uma vez o poder de marca do iPhone.
No segmento de PCs, a venda de Macbooks totalizou US$ 7,17 bilhões, queda de 31% versus o ano anterior e 9% abaixo do esperado.
Como vimos nas últimas semanas, através dos resultados como os da AMD, as vendas de PCs ainda estão caindo entre 30% e 40%, ainda sofrendo a ressaca da pandemia.
No geral, os fabricantes tem praticado com seus distribuidores e parceiros um “sell-in” abaixo do “sell-out”. Ou seja, entregando menos dispositivos do que os vendidos na ponta final.
Essa dinâmica é típica de períodos onde há um problema de estoques, e a indústria de computadores pessoais trabalha neste momento para corrigir esse problema.
No caso da Apple, há um fator adicional: as vendas do começo de 2022 não só ainda contavam com o impulso da pandemia, mas também se beneficiavam de um efeito novidade, com o lançamento da linha Mac com chips M1 (os chips proprietários da Apple).
Esperamos que essa dinâmica deixe de fazer parte dos resultados já nos próximos trimestres.
A única vertical de negócios a apresentar crescimento além do iPhone foi a de serviços, que compila as receitas da Apple Store, do iCloud e outros. Nesta vertical, a Apple teve receitas de US$ 20,9 bilhões, crescimento de 5,5% na comparação anual e em linha com o esperado pelo mercado.
Sob uma perspectiva geográfica, a única região a surpreender positivamente foi o Sudeste Asiático, com vendas crescendo 15% no ano contra ano.
Na China, apesar da reabertura, as vendas totalizaram US$ 17,8 bilhões, uma queda de quase 3% versus 2022.
Em termos de rentabilidade, a margem bruta foi de 41,2%, em linha com o histórico.
Apple ainda é recomendação da Empiricus Research
Mesmo com um trimestre mais fraco, a Apple gerou um lucro líquido de US$ 24,1 bilhões, aumentou em 4% seus dividendos e anunciou que o volume a ser retornado a seus investidores via recompras de ações e dividendos deve somar novamente US$ 90 bilhões neste ano. Negociadas a 27 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, as ações da Apple estão presentes na série Investidor Internacional há mais de 5 anos e acumulam um retorno superior a 300% no período, em dólares.